Rato URBANO E RATO DO CAMPO - FÁBULAS
(LA FONTAINE)
Um rato urbanóide, daqueles que amealham riquezas e vivem como bons burgueses em sua toca na cidade grande, resolveu convidar seu primo para um banquete. Era o Primo Camponês. Morava na roça, era abastado dono de queijos e com depósito atulhado de espigas de milho. No dia aprazado o rato do campo compareceu à casa do rato da cidade. O banquete, além de caviar servido sobre tapeçarias orientais ao lado de frutas secas exóticas das Arábias, era servido em porcelanas da China e talheres de prata das terras mandchus. Mal havia começado o serviço e ouviu-se um ruído estranho do lado de fora da toca. Rápido o anfitrião recolheu tudo nos envólucros, terrinas e travessas, para dentro de armários. Os familiares, postados à espreita, por fim avisam: Não há mais perigo. Não era o Gato chegando. Depois de diversas interrupções, cada qual mais alarmante, o banquete se concluíu e o rato do campo se despediu de seu primo, convidando para ir jantar com ele na beira da mata onde morava. Ainda saindo, avisou: Asseguro-lhe que lá na tranquilidade de meus domínios não servirei cardápios tão sofisticados, mas a paz reina em casa e não seremos interrompidos pelos ruídos insuportáveis desta sua ilustre casa. Conclui o narrador das fábulas, seja Esopo, Fedro ou La Fontaine que assim é o contraste entre as neuroses das cidades e a paz dos campos. Se eles já diziam isso nos velhos tempos, que diriam hoje se conhecessem nossos apitos de sirenes, derrapadas de carros, tonitroantes músicas eletrônicas, assaltos e perseguições policiais?
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