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Do uso a dependência - Parte I
(Jose Augusto)

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DO USO A DEPENDÊNCIA – Parte I

O USO

Segundo a Organização Mundial de Saúde, droga é toda substância que consegue mudar funções num organismo vivo. Esse conceito amplo não se limita apenas à maconha, a alucinógenos, estimulantes, inalantes, calmantes, soníferos, álcool, tabaco, analgésicos, opiáceos e cocaína. Também inclui drogas do cotidiano, como café, chá e chocolate, e assim não distingue mais as substancias psicoativas daquelas que fazem parte da nossa alimentação.
Dessa maneira, usamos drogas todos os dias, de maneira correta ou incorreta. Corretamente, quando tomamos o remédio que o médico nos prescreveu, quando usamos algum desodorante ou perfume ou quando aplicamos cola em algum trabalho manual. Em outras palavras, consumimos essas drogas de acordo com as finalidades a que se destinam. Mas, desde que tenhamos idade para tal e as circunstâncias o permitam, também podemos usar drogas como álcool ou tabaco, cujo consumo pode envolver riscos quando este for prolongado ou muito intenso.
Usamos drogas incorretamente quando nos automedicamos se um aconselhamento médico, mas também quando, com mais de 18 anos, tomamos bebidas alcoólica ou ingerimos medicação calmante e, em seguida, assumimos a direção de um veículo. Outros casos: quando alguém usa medicamentos para fins diferentes dos previstos (anfetaminas como redutores de apetite em busca de emagrecimento), ou quando consome drogas contidas em produtos de consumo geral para finalidades diferentes daquelas previstas para seu uso (cheirando cola de sapateiro).
No nosso dia-a-dia convivemos, na realidade, com milhares de drogas ou substâncias que as contêm, que vão de produtos de limpeza a drogas proibidas, passando por cosméticos, medicamentos e outros mais. Consumimos muitas drogas nos próprios alimentos, como a cafeína no café e no chá preto, e até sem sabê-lo, como no caso do gás hilariante nas bisnagas de cremes. Se isso, por um lado, é absolutamente possível e normal para a maioria da população, por outro, pode representar um risco para aquelas pessoas que, por algum motivo ou inadvertência, resolvem usar essas drogas de forma inadequada e imprópria.
O ABUSO E A TOLERÂNCIA

O uso indevido de drogas pode ocorrer como evento isolado, acidental, ou de modo voluntário, deliberado. Basta querer experimentar por curiosidade pílula que a mãe toma para dormir, e que, além de provocar sonolência no consumidor, certamente se constituirá numa dose excessiva para uma criança ou jovem, aumentando assim, o efeito previsto. Um único episódio desse tipo pode trazer conseqüências muitos sérias, e até fatais, como tem ocorrido com certa freqüência no uso de inalantes.
Porém, o consumo indevido pode também ser intencional. O desejo de fazer uso de uma substância psicoativa como álcool, maconha ou cocaína, mas também de inalantes ou de Ecstasy pode ser despertado – ou até ser induzido ou instigado – pelo grupo, pela turma.
Experiências com drogas, relatadas ou vividas, despertam curiosidade, especialmente num público jovem, que é curioso por natureza. Somando-se a isso a sedução pela inclusão no grupo, forma-se uma combinação poderosa e muito perigosa no processo de introdução às drogas como opção.
Esses mecanismos de sedução também costumam ser utilizados por usuários que tentam atrair jovens até então não-usuários ao consumo de drogas. Os motivos para tal podem ser encontrados na simples vontade de seduzir, mas podem também esconder interesses, como o de recrutar um cliente novo para a droga.
Podem contribuir significativamente para a opção de consumo de droga:
_ frustrações não resolvidas;
_ insegurança e incertezas;
_ falta de identidade e de limites;
_ excessiva cobrança ou demasiada dependência da decisão de outros;
_ imitação de modelos;
_ desejos irrealizáveis, entre outros.

Mas também cargas emocionais muito grandes ou conflitos, como um fracasso escolar, a não-aceitação ou rejeição pela turma, o desemprego, o rompimento com o(a) amigo(a) ou namorado(a) ou a morte de uma pessoa próxima podem induzir a busca por alívio através de alternativas químicas.
Já o abuso consiste em consumir alguma droga em quantidades elevadas ou com certa freqüência por um tempo prolongado. O padrão abusivo de consumo de qualquer droga, ou de várias, também existe quando esse consumo for irregular, ou seja, períodos de abstinência. Esses intervalos de abstinência, em princípio, servem para desintoxicar o organismo, mas não anulam todos os efeitos causados pelos consumos anteriores. Numa retomada de consumo, mesmo sendo menor em quantidade ou freqüência, o organismo ajusta-se rapidamente às condições e aos efeitos anteriormente criados pela droga, como se a parada não tivesse existido. Em outras palavras, a quilometragem não é zerada.
O abuso quantitativo e por um período longo revela uma particularidade de praticamente todas as drogas: o aumento de tolerância. Esse fenômeno significa que o organismo ajusta-se à presença da droga. Assim, uma mesma quantidade da droga causa no decorrer do tempo um efeito cada vez menor, ou, visto de outra maneira, para sentir o mesmo efeito com a mesma droga, o usuário precisa consumir quantidades cada vez maiores. Ou então, dependendo da droga, precisa fazer uso de dosagens maiores. Portanto, a tolerância faz com que o consumo aumente, aumentando, por sua vez, a tolerância – um círculo vicioso com fim fatal.
Uma conseqüência típica do aumento de tolerância é a substituição de drogas mais leves usadas de forma incipiente por outras cada vez mais pesadas. Por exemplo, da bebida alcoólica fermentada passa-se para a destilada, ou troca-se o cigarro comum ou um inalante fraco pela maconha, substitui-se a maconha pela cocaína, a cocaína pelo crack, o crack pela heroína, etc.



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