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Bernini e Borromini
(Jake Morrissey)

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Dos mandatários papais, passando pelo luxo, extravagância e ganância que paira em suas órbitas, culminando na arquitetura pujante, Bernini e Borromini fizeram de tudo, foram canteiros, escultores, arquitetos e engenheiros. Em determinados momentos da vida foram do céu ao inferno. Com Borromini indo mais ao inferno que Bernini, mas isso é só um detalhe. Dentro do Vaticano acontece de tudo, principalmente o favorecimento próprio e a famosa puxada de tapete. Como ocorre nos dias de hoje, bastava ser querido por um papa para se ir aos céus, literalmente.

Em resumo Bernini era arquiteto, optimizando todas as outras qualidades e excluindo-se certos pontos fracos, ao passo que Borromini era engenheiro, dentro do mesmo princípio. Ambos travaram uma batalha que passou exclusivamente pela arte nas Igrejas Católicas e pelo bem-querer dos papas e suas famílias.

Desde o princípio o destino de ambos já se desenha distinto. Um Bernini de pai instruído, não rico, mas bem-sucedido, tendo trabalhos como escultor. Não tinha fama, entretanto tinha influência suficiente para conseguir bons trabalhos. Bernini demonstrou desde cedo domínio nos desenhos e esboços de esculturas. Logo foi encorajado pelo pai e começou a trabalhar a seu lado. Através desse dom ainda jovem cativou o papa Paulo V.

Já Francesco Borromini, nasceu em berço humilde, na Suíça (no extremo sul, na fronteira com a Itália), filho de um mestre canteiro. O pai, sem muito a oferecer, envia Borromini, com apenas 10 anos, a Milão para aprender um ofício. Ainda adolescente conhece Carlo Maderno que foi responsável por parte da construção arquitetônica da basílica de São Pedro e ao qual ensinou muito do que Borromini colocaria em prática.

No livro de Morrissey, Bernini e Borromini rivalizam a arte da construção, da reforma, da escultura e da decoração. As diferenças entre eles não ficam apenas no âmbito artístico. A boa influência ditou quem deveria ter mais encomendas. Bernini apresentou-se ao longo dos anos “gracioso e diplomático”, como descreve o autor. Ao passo que, Borromini era “impulsivo e intencional, de genialidade exigente e idiossincrática”. Durante anos foi um excelente antagonismo do qual os mecenas e as famílias papais se deleitaram.

Podiam transformá-los em deuses a uma só ordem e em demônios com um simples boato. Assim, o primeiro fez sucesso e recusou trabalhos quando quis, tendo como principal patrono o papa Urbano VIII. Enquanto que Borromini teve seu melhor período
pelas mãos de Inocêncio X que o fez querido e entregou-lhe trabalhos que se tornaram ao mesmo tempo um desafio e suas obras mais marcantes.

Pelo menos uma única vez trabalharam juntos e nessa ocasião Bernini mandou em Borromini – onde inevitavelmente as rusgas apareceram. Deixaram um registro impressionante e ao mesmo tempo impressionante: trabalharam juntos durante nove anos no Baldaquino de São Pedro (obra monumental com 28m de altura e cerca de 63 toneladas), embora sua autoria seja atribuída somente a Bernini.. A convivência expôs a genialidade de ambos e o caráter flexível de Bernini se sobressaiu, tendo ao longo dos anos muito mais encomendas do que Borromini – um gênio indomável.

Obras como o Palazzo Barberini, Apolo e Dafne, as colunatas da Praça de São Pedro são marcas registradas de Bernini. E San Carlino alle Quattro Fontane, Sant’Ivo allá Sapienza e Santa Agnese, as de Borromini. A história de ambos vale como um fragmento do que vem a ser a arquitetura italiana nas igrejas, encomendadas exclusivamente por papas. Se não é para os aficionados em Belas Artes uma leitura completa do assunto é, pelo menos, uma leitura interessante e muito prazerosa.



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