O vale sombrio
(Heinz G. Konsalik)
Mais um e somente mais um romance do conhecido e prolífero autor Konsalik, que desta vez leva-nos a viajar, numa expedição de resgaste, até às remotas florestas tropicais sempre verdes, da ilha da Nova-Guiné, mais concretamente à metade do território que pertence à nação da Papuásia.
Não estando no seu melhor, o autor acaba por tecer uma história de certa forma fraca na narração, cheia de imprecisões geográficas, zoológicas e botânicas, levando essas imprecisões mesmo até ao dominio da etnológia e da antropológa dos povos nativos que por ali vivem. Nessa miscelânia das tradições do mundo com as tradicões especifícas da região, o autor muitas das vezes perde-se em desvaneios que configuram os romances de cordel, com descrições excessivamente lamechas de amor entre companheiros de expedição e entre os mesmos e os indígenas. A tudo isto ainda há que juntar um enredo desporpocionado nas sua diversas partes, com um pincípio muito longo, um meio escasso e um fim precipitado, ou seja, a partir de certo momento literário, tudo se desenrola depressa demais, para aquilo que de início o argumento dava a prometer.
Assim sendo, com tal atitude na forma de escrever, fica-nos a impressão que o autor se destraíu ao estender a descrição do ambiente envolvente, com os seus antecedentes, com as suas circunstâncias e em contrapartida a história, ao desenrolar-se, foi feita com o sacrificio de um maior e possível desenvolvimento do meio e do fim. Também não se chega a saber, pela estranheza na ausência da escrita bem estruturada a que o autor nos habituou, se estamos perante uma obra cujo o texto foi publicado integralmente e não um condensado.
Desta maneira, com um enredo muito previsível e bastante denunciado, tudo neste livro aponta para um discurso já lido noutras obras de diversos autores, onde a originalidade fica como marca inesquecível. Faltando tal originalidade a Konsalik neste livro, o que ele consegue não passa de uma manta de retalhos, que incorpora e nos trás à memória autores como Edgar Rice Burroughs, Rider Haggard ou então Jack London e Daniel Defoe.
BIBLIOGRAFIA : Heinz G. Konsalik; O vale sombrio; Publicações Europa América; Lisboa; 1993
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