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O que é poesia?
(Fernando Paixão)

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O livro trabalha a relação entre linguagem e sociedade, a função do tempo, do ritmo na poesia, a imagem poética e o poema como fonto de prazer; procurando formular uma idéia clara de como é estabelecido o acontecimento da poesia e qual a sua importância.
Em princípio, a poesia será entendida como um fenômeno de íntimas ligações com a sociedade e a história; a partir daí, a poesia será encarada como um gesto que tenta ampliar os limites da experiência humana, que o autor exemplifica através da letra da música que diz que sonho que se sonha junto é realidade.
No capítulo intitulado "Linguagem tem preço" o autor inícia fazendo uma análise sobre as palavras, afirmando que as palavras são a união de letras visíveis, mas de conteúdo não concreto que abrem diversificadas trilhas no pensamento.
A atitude do poeta com as palavras é sempre imprevisível. pois ele tanto pode escrever um longo poema, como pode expressar todo o seu sentimento em apenas dois versos fulminantes; e assim nesse curto espaço, conseguir resumir sua visão e transmiti-la com impacto para o leitor.
Envolvido pelos mais variados sentimentos, o poeta pode conceber as imagens mais alucinadas. importanto para ele não a veracidade ou a verdade dos fatos; importando sim que esteja escrevendo aquilo que sente, em palavras que transmitam a sua visão de mundo, seja ela qual for, e mostrando o seu combate constante com a vida. sendo assim, a caracteristica marcante da poesia é a de recriar o significado das palavras, colocando-as num contexto diferente do normal.
Com isso, percebe-se que a poesia se caracteriza principalmente pelo uso criativo e inovador que se faz das palavras, expressando a subjetividade.
Nos tempos mais remotos a linguagem apresentava um caráter poético, desfrutado pela coletividade por meio dos rituais e cerimônias, e com a divisão dos homens em escravos e senhores ou em classes sociais, forçou a poesia a se retringir ao domínio dos poetas.
Em consequência desses fatores, passou a predominar na sociedade a linguagem prática usada na política, na propaganda valorizada pelos resultados econômicos e sociais que possibilitam, enquanto o valor da linguagem poética foi-se desvalorizando, mas mesmo assim o poeta apesar de descontente com o seu tempo e sensível às condições da vida humana, continua reafirmando em suas palavras o desejo de liberdade, o desejo de pessoas livres socialmente.
Para o poeta o instante criador, onde ele expressa todos os seus sentimentos desde o mais vil ao mais importante, é um momento de inspiração e de profundo prazer. O poeta de hoje raramente renuncia à vida, ainda que amorte seja um dos temas principais. Ele demonstra maior interesse pelas lutas contra a repressão, a alienação, as injustiças sociais, etc.
Muitas pessoas dizem sentir grande dificuldade para entender a poesia moderna. Muitas vezes, o leitor se pões a ler´poemas como quem ler um jornal ou quem está estudando um livro. Acostumadoa a ler textos e consumir discursos que evitam falar da dúvida, do incerto e da subjetividade, as pessoas geralmente se espantam ao ver na poesia toda uma carga de sucessão de imagens que não consuzem a um aprendizado direto.
Infelizmente uma das coisas também muito percebida na atualidade é que a maioria das pessoas não tem acesso a poesia, com isso apenas uma minoria da população dita privilegiada é que ler a poesia, ficando excluída a grande maioria dos indivíduos que tem o mesmo direito de usufruir dessa bela forma de arte.
Fazendo uam comparação entre a prosa e a poesia é visto que as palavras pulsam mais intensamente na poesia do que na prosa, ou seja, a poesia possui um ritmo próprio que acaba chamando mais a atenção das pessoas, fazendo com que essas sintam profundamente o que estão lendo, diferente do que geralmente se ver com a prosa.
O poema é aquele que vem do sentimento, que acontece devido a alguma experiência captada e sintetizada pelo poeta.
Quanto a questão temporal, o autor apresenta quatro tempos que se cruzam simultaneamente no momento do poema: o tempo histórico-social que se faz presente no contexto ideológico em que o poema foi concebido; o tempo pessoal do indivíduo poeta, acumulando experiências existenciais e a vivência da expressão na linguagem; o tempo das imagens que aparecem no poema, revelando aos poucos o universo simbólico do poeta, e estimulando um movimento imaginário no pensamento do leitor, o tempo rítmico da frase.
A tarefa do poeta é combinar esses quatro tempos, onde a síntese se dá através do tempo poético, em que se reúnem de forma unitária todos esses tempos determinantes, e que surge a partir da própria idéia geral do poema. Para que isso possa ocorrer é necessário o uso da subjetividade, onde por meio desta é estabelecido uma ponte entre o poeta e o real. Sendo assim, é possível ver que é através da subjetividade, que todos os tempos se relacionam simultaneamente dentro da realialidade.
No último capítulo, o autor fala do devaneio, como um estado suspenso em que a atenção se desprega da realidade, permitindo ao poeta o livre passeio entre as idéias e entre as coisas da realidade, sem uma pré-organização e sem uma ordem temporal fixa.
O autor termina o livro dizendo que ser poético não equivale a saber apenas arranjar palavras, organizar versos, mas principalmente saber britar e jardinar fenômenos no mundo da vida: amizade, diferenças, solidariedade, amor, ou seja, uma possibilidade que esteja ao alcance de todos.



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