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A CIÊNCIA DE VIVER
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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O que mais se tem notado, nos dias atuais, é como as pessoas encontram-se emaranhadas em diferentes situações problemas, sempre aflitas, prevendo ou vivenciando algo que faz com que a vida se torne sem graça, vazia, sem inspiração e sem a mínima esperança de que algo prazeroso possa vir a ocorrer. Na verdade, percebe-se que um grande vazio paira no ar, contaminando a todos que permitem que ele passe a ser seu paradigma de vida. É por esse motivo que as pessoas, em geral, não têm mais ilusões, expectativas favoráveis e nem sonhos a serem realizados. Tudo ficou muito concreto, realismo puro, sem o mínimo de brilho no olhar de cada ser humano e, por isso, viver passou a ser uma coisa meio que mecanizada, conduzida ao léu e sem a luz da imaginação criadora. Para que o leitor venha a ter um melhor entendimento do que significa viver, serão utilizadas a seguir, algumas citações magníficas escritas por Hannah Arendt: a ciência do viver consiste em saber como distinguir entre o mundo estranho sobre o qual o homem não possui poder e o eu do qual ele pode dispor como achar melhor. Nenhum poder é tão absoluto quanto aquele que o homem tem sobre si mesmo - o espaço interior onde o homem dá combate e subjuga a si próprio é completamente seu (mais seguramente defendido de interferência externa que qualquer lar). Essa “liberdade interior” (espaço íntimo de cada indivíduo, para o qual recorre para se sentir livre) pressupõe sempre uma retirada do mundo onde a liberdade foi negada, para uma interioridade exclusiva, onde ninguém tenha acesso - é um pré-requisito para a liberdade (domínio interno da consciência). Deduz-se, portanto, que cada ser humano é responsável pela escolha do que deseja ser e do tipo de vida que deseja levar. Seguindo tal raciocínio, chega-se á grande indagação que deve ser feita, diante de tantos distúrbios que vêm enfrentando inúmeras pessoas: por que só o pessimismo, a depressão e a ausência de uma boa expectativa de vida hoje fazem parte do cotidiano de suas vidas? Inicialmente, pode-se afirmar que a sociedade atual está formando, fisicamente, super-homens e super-mulheres, no entanto, são pessoas infantilizadas. Malha-se exaustivamente o corpo, porém, esquece-se de aperfeiçoar a espiritualidade. Com isso, a subjetividade não está sendo considerada, a análise da realidade foi abandonada, já que é preciso ser moderno, ou seja, fazer parte desse descontrolado mundo virtual. É ele o maior indutor da construção da falsa idéia que se faz de si mesmo, além de instigar o indivíduo a seguir os ditames tidos como essenciais para sua vida. E, como se sabe, publicidade não é capaz de vender felicidade. O máximo que ela produz são desejos de consumo e estes oferecem apenas ao indivíduo uma falsa idéia de poder, de demonstração aos demais do quanto pode e quanto tem. Acreditando nessa inverdade, o homem vai conduzindo sua vida sem se conhecer verdadeiramente, sem o desejo de saber como é realmente por dentro e, o que é mais grave, sem gostar de si mesmo. Pode uma pessoa viver bem se nem sequer sabe quem é de fato, qual a finalidade de sua vida, mantendo-se presa aos grilhões da ditadura estética imposta pelos falsos modelos, transmitidos principalmente via TV e Internet? A resposta é NÃO! Quando uma pessoa abdica de ser ela mesma, perde-se no labirinto da exploração materialista e, dessa forma, só resta a ela ser um fantoche ridículo que o mundo externo capturou, perdendo sua essência e, com isso, o verdadeiro sentido e significado da ciência do bem viver.



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