Degeneração
(Will Durant)
O advento da Revolução Industrial, ao mesmo tempo em que trouxe a modernidade, trouxe também a decadência.
Apesar da sua inquestionável utilidade, a máquina destrói tanto o homem do campo como o aristocrata.
Com a perda das bases naturais da sociedade, quase nada permanece, exceto as grandes metrópoles e megalópoles, dominadas por uma infinidade de mecanismos; superpovoadas de operários escravos e da burguesia, em sua maioria, inculta.
A máquina multiplica-se indefinidamente até que, enfraquecidos, os homens ajoelham-se diante do Poder.
Para os antigos, conhecimento é virtude; já para os modernos, conhecimento é poder. Dessa forma, a riqueza vem e a paz, por sua vez, retira-se. O corpo prospera, enquanto a alma decai. De que vale o homem ganhar o mundo se êle perde a sua força espiritual? Os financistas jamais criam: apenas acumulam e permutam. Sua ocupação primordial é transferir dinheiro do bolso alheio para o seu, quando o correto seria produzir qualidades pela insuflação da alma na matéria.
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