Morte de Wright é o corte final do Floyd
(Marco Marocco)
Dizem que percebemos que estamos ficando velhos quando nossos ídolos da juventude começam a morrer. Se esta idéia é verdadeira, então nesta manhã de setembro de 2008 uma geração inteira nascida nos anos 60 acordou com a sensação de estar envelhecendo. E este despertar mais cinza tem um motivo: a morte, nesta segunda-feira (15), de um dos fundadores do Pink Floyd, o tecladista Richard Wright, 65 anos, carinhosamente chamado de Rick pelos fãs do grupo inglês.
Wright, que junto com Roger Waters e Nick Mason fundou o Sigma 6, embrião do Floyd de Syd Marret e depois de David Gilmour, foi, ao lado do baterista Mason, um dos mais discretos. Cantava pouco, sua "voz" saía de seus dedos. O som que tirava dos teclados não concorria com os solos de guitarra de Gilmour ou com os vocais de Waters. Pelo contrário, era um complemento de luxo às viagens sonoras do conjunto britânico. Wright era também um compositor excepcional, que deixa como legado canções como Us and Them e The Great Gig In The Sky, músicas do álbum The Dark Side of the Moon, um dos clássicos do rock de todos os tempos.
Mais do que fazer a turma dos 60 "cair na real" sobre sua condição etária, a morte de Wright acaba com um sonho sempre presente no sono de todo fã do Floyd: o de ver o grupo novamente reunido, numa turnê mundial, tocando seus grandes sucessos. A última vez que isso ocorreu foi há pouco, no show Live 8, realizado em Londres há três anos. Depois deste encontro, o sonho parecia próximo de se realizar muito em breve. A partida de Wright, porém, encerra o assunto, é o "The Final Cut".
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