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A RAPOSA SEM RABO
(LA FONTAINE)

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A fábula de La Fontaine diz mais ou menos o seguinte: Um dia a Raposa, com toda sua astúcia, caiu em uma armadilha. Era uma forte mecânica de mola que disparou quando ela foi pegar a galinha que estava ali presa como isca. Porém não foi apanhada pelo pescoço como devia pois ao ouvir o estalo da mola a Raposa saltou em frente e só foi apanhada pelo rabo. Com a ajuda de outro bicho que foi buscar uma serra, cortou o rabo e escapou. Para não aparecer sua evidente perda, arrumou um feixe de crinas de cavalo e amarrou uma espécie de espanador colorido no lugar. Explicou à bicharada que era a nova moda. E a moda pega! Em breve começaram a desfilar cada um com os mais estranhos "rabos" artificiais substituindo o que cortavam. Conclui o fabulista que a moda e os vícios, por mais absurdos que sejam, só dependem de uma boa propaganda e da autoridade de quem os apresenta, desde que sirvam para o usuário parecer diferente dos outros e a exibição cause algum espanto, inveja ou admiração. Esta fábula já era contada na Suméria e a conclusão era para combater o uso do haxixe diretamente explicado como impingido pelos demônios que queriam destruir a humanidade. Assim a contou Esopo e depois Fedro. Em uma versão, a Raposa e seu cirurgião usaram a erva canabis e acabaram viciando a bicharada toda. Em outra versão, a erva já era conhecida do macaquinho que ajudou a Raposa a sair da armadilha. Em mais uma se contava que o macaquinho havia sido viciado em haxixe pelo esquilo em vingança de ter sido roubado pelas mãos do gato retirando as castanhas do fogo. Na Grécia assimilando os vícios com o vinho, logo suprimiram essa parte da fábula para não ofender os rituais de Baco, deus do vinho. Em Roma aconteceu o mesmo já que ali o vinho era considerado luxo e mesmo a divina bebida da verdade, dizendo "in vino véritas". Quando La Fontaine tentou enfrentar o tabaco fazendo renascer a fábula do esquilo e do macaquinho, ainda a força do tabaco era pequena. Se ele visse os séculos seguintes, nem se atreveria a contar a vingança do esquilo contra a mão do gato. Há ainda uma piada inglesa sobre a evolução dos costumes referindo-se mesmo ao tabaco, dizendo - no começo o vício é combatido, considerado crime, mas, logo em seguida é considerado doença e o coitado vai ser tratado e nós pagamos a conta, para pouco depois ser permitido e deixar bons lucros a quem o explora, mais adiante se tornará obrigatório e o criminoso é quem o estiver combatendo. Estamos vendo isso mesmo aqui na discussão do uso do cigarro. Algum tempo depois desse comentário ao tabaco, outro cidadão inglês relembrou dessa piada e requereu a mudança de cidadania cancelando a inglesa; interrogado a respeito, explicou que era por causa da lei que estavam tramitando nas Câmaras sobre a tolerância aos hábitos homossexuais, até aquela época punidos rigorosamente e concluía: "se bem conheço este país, primeiro um ato é crime, depois é tolerado, depois nós pagamos para tratar, para depois ser legalizado, e um dia será imposto por lei: vou embora antes que chegue a esse ponto e se torne obrigatório". Sem mais comentários. Prometo trazer alguma fábula que defenda algum vício... Qual meus leitores escolhem?



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