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Os Mitos E A Lenda
(Janio Davila)

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Os mitos
e a Lenda




Compreender
a ênfase dada ao que foi relatado pelo ribeirinho significa
decifrar a importância e a grandeza do significado atribuído
a esse ?duende?que ?vive?na selva amazônica. Ou seja,
significa entender a forma pela qual o cabloco ribeirinho elabora o
seu mundo, criando seus símbolos e signos face ás
praticas e crenças, valores herdados e vivenciados, enquanto
algo que também lhe é ?sagrado?. Isto nos faz
lembrar Mircea Eliade, em sua obra Mito e Realidade. Diz o autor. ?o
mito conta a historia sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido
no tempo primordial, o tempo revela de que modo algo foi produzido e
começou a ser. O mito fala apenas do que realmente ocorreu, do
que se manifestou plenamente.

Convém,
portanto, entender a aproximação existente entre o
criador e a criatura, visto que, em sua origem, O Mapinguari, criado
a partir de enunciações prescritas pela cultura
imaginada, é humano, e isto o designa como sendo ele mesmo a
imagem imaginada, no dizer de Bacherlard. O fato, por exemplo, de ele
ter sido deserdado de sua tribo, o que provavelmente lhe fora
atribuído como castigo o isolamento. E, tornando-se mondé,
ou seja, sozinho na selva, tivera como proteções as
cascas de pau que salvaguardam dos eventuais ataques. Ora, se este é
o seu mecanismo de defesa, narrando pelo agricultor, é
evidente que essa proteção foi assimilada a partir de
alguém que, ao declarar ter-se confortado com ele,
certificou-se de que as balas não lhe atingiram, porque o seu
corpo é revestido de cascas de madeira.

A
mitologia dos povos primitivos traduz sempre a existência de
uma realidade que é preservada e repassada ás demais
gerações. Tal influencia, bastante impregnada na
dia-a-dia do ribeirinho, pode estar vinculadas ás íntimas
relações mantidas com os povos indígenas da
nação Saterë-Maué, em cuja área do
rio Andirá eles estão, também, instalados.
Referindo-se aos vales dos rios Andirá e Maués, lembra
Chico Tampa: ?Naquela área de cenário tão
grandioso (onde se encontram todos as matrizes do verde, contrastando
com a coloração, ora sombria, ora luminosa, de acordo
com os céus que as dominam) a História e a Lenda se
confundem.

A
impressão que se tem é a de que, do ponto de vista da
mitologia, a ótica do caboclo segue histórica e
lendariamente ao estatuto dos povos indígenas. Há
qualquer coisa que os une, ligando tais olhares numa mesma direção.
Em vários aspectos, algo está explicitamente associado
entre si, principalmente no que diz respeito á tradição
da cultura oralizada do ribeirinho, conforme consta das narrativas.
Em nossas considerações, por isso mesmo, torna-se
indispensável destacar os esquemas desse nexo, refletindo a
partir do que se refere aos mitos de iniciação, ou
seja, aos da criação do mundo.



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