Resumo de São BERNARDO - GRACILIANO RAMOS

SÃO BERNARDO, De Graciliano Ramos.

Do mesmo modo que a paisagem árida e impiedosa do sertão nordestino, a narrativa de Graciliano se vale apenas do essencial. Retrata a vida de Paulo Honório, um homem simples que se torna um grande fazendeiro do sertão alagoano, que para conseguir um herdeiro casou-se com Madalena. Incapaz de compreender a ótica humanitária pela qual a mulher vê o mundo, Paulo Honório busca anular a sua esposa de todas as formas e com todo seu autoritarismo. Trata-se do mais contundente romance sobre a solidão escrito em português.
            É Paulo Honório quem conta a sua história e por ser habituado a tratar com matutos, não confia suficiente na compreensão dos leitores e acaba por repetir passagens insignificantes. O seu grande feito na vida foi apossar-se das terras de São Bernardo, construir uma casa, plantar algodão, plantar mamona e adiquirir um rebanho bovino regular. De modo algum, com isto Paulo Honório pretende bancar escritor pois entende que é tarde para mudar de profissão. Sem conhecer os pais acredita que estes devem ter bons motivos para tê-lo abandonado. Até os 18 anos gastou muita enxada ganhando cinco tostões por doze horas de serviço. Ficou três anos, nove meses e quinze dias na cadeia, onde aprendeu leitura com o Joaquim sapateiro, que tinha uma Bíblia miúda dos protestantes; e estudou aritmética para não ser roubado além da conveniência.
            Paulo Honório conta como conseguiu comprar a fazenda de seu antigo patrão Salustiano Padilha, pois, este havia acabado com suas economias para ver o filho doutor, sem êxito. E no jogo bebendo Padilha perde as terras para Paulo Honório. O homem que bebe jogando não tem juízo. Paulo Honório torna-se amigo de seu Ribeiro, alguém que teve tudo na vida e que perdeu. Honório, recebe a visita do Governador e com a promessa que também construiria escola e igreja tem sua dificuldade econômica aliviada. Passa a dar proteção para as filhas e esposa de seu Mendonça.
            Paulo Honório, surpreende Padilha ensinando que é errado morrer trabalhando para enriquecer os outros. Padilha é despedido e Honório afirma que é ele quem trabalha para os seus empregados. O Jornal Gazeta passa para a oposição ao Governador e exigem dinheiro de Honório para não falarem mal dele. Honório escolhe Madalena (professora) para casar-se, não porque a amava e sim porque precisava de um herdeiro. Paulo Honório passa a questionar se o filho de Madalena é seu também. Descreve o seu fiel amigo Casimiro Lopes, único que dava atenção ao menino. Passa a castigar Padilha por seus ideais comunistas, fazendo-o viver na escola e atrasando quatro meses seu salário. Paulo Honório desconfia que Madalena estava a namorar os caboclos, mas se os seus olhos o enganavam em quem ele ia poder acreditar?
            Enfim, Paulo Honório encontra uma folha solta de carta e quer explicações de Madalena. Noutro dia encontra a esposa morta e o restante da carta que era para ele mesmo, Madalena se despedia. Seu Ribeiro e Dona Glória (tia de Madalena) deixam a fazenda São Bernardo. Padilha e Padre Silvestre se incorporam as tropas revolucionárias, que pressionavam o governo. Paulo Honório, começa a sentir impactos da crise econômica e decide deixar as laranjas apodrecerem no pé. Sozinho, começa a escrever a sua história, o que aprendeu com a vida. Sente muita falta de Madalena e o não conseguir modificar-se é o que mais o aflige. Fechava os olhos, agitava a cabeça para repelir a visão que exibia em si deformidades monstruosas: considerava-se um aleijado, possuidor de um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens.

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