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Politica
(Ronaldo Sathler-Rosa)

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Seminário Temático/2o. semestre/2006
Professor: Ronaldo Sathler-Rosa
“DNA DA ALMA BRASILEIRA” (Síntese de Artigo de Ênio José da Costa Brito. Espaços, 2001, 9/2. São Paulo, ITESP).
INTRODUÇÃO
O autor decifra o título em “linguagem menos técnica”: “... o DNA está no núcleo da célula organizado em 23 pares de cromossomos, filamentos muito finos responsáveis pela transmissão das características hereditárias, ou seja, as características que são passadas dos pais para filhos, características não só físicas como também as psíquicas”.
Entretanto, nem tudo está inscrito no núcleo da célula, pois o indivíduo é formado, também, pelo entorno psicossocial, pelas experiências, pensamentos, memórias.
Alma, geralmente espírito na filosofia, vem do latim anima, sopro vital. É dimensão da pessoa que a faz conhecer e conhecer-se, relacionar-se, de expressar afeto.
Brasileira (o): rejeita concepção estática, restritiva: “A identidade de uma pessoa, de um país não pode se reduzir ao reconhecimento do que já se definiu como característico daquele país ou daquela pessoa”. 1. Nossa “alma” é definida pela HERANÇA COLONIAL:
“Uma sociedade de colonizadores se enraizou no Novo Mundo de tal modo que a população – fosse ela européia, africana ou nativa – era segregada novamente com facilidade” (v. Gilberto Freire);
A mentalidade de colônia persiste na atualidade (v. J. Gorender): o Brasil “participa daquele mesma comunidade de origem ibérica, com traços religiosos comuns, além de estilos políticos e de insucessos equivalentes no árduo caminho da modernidade política, ética e econômica”;
Alfredo Bosi (1993) distingue entre sistema colonial e condição colonial. O primeiro refere-se a uma “totalidade articulada” que vê na colonização um “empreendimento total econômico-religioso”, homogeneizador; o segundo ultrapassa as relações mercantis, contendo “as múltiplas formas concretas de existência interpessoal e subjetiva, a memória e o sonho, as marcas do cotidiano no coração e na mente”. Assim, o Brasil é “território complementar dos colonizadores sob o aspecto psíquico”.
2. O OLHAR EUROPEU é que primeiramente nos interpretou:
Portanto, o “olhar estrangeiro” é que “produziu as primeiras interpretações“ do Brasil. A expectativa sobre o Brasil antecede sua historiografia: o paraíso terrestre situado espacial e historicamente. Essa expectativa modelou a subjetividade brasileira. “Nascemos sob o manto da diferença, sob o signo do exotismo.”
O olhar europeu projeta suas utopias e também suas sombras.
Portugueses projetaram no índio sua própria “sombra”: “o lado que eles não conseguiam admitir que tinham: as inferioridades do cristão. Assim os índios eram o lado oculto dos europeus – eram eles e não os índios os preguiçosos...” (v. Gambini). Os europeus eliminaram as mitologias nativas.
Atitude repetida em relação aos escravos que chegam após 1613:
Negaçãodos indios. Negação do negro, com a diferença de que ele é a força do trabalho que mais produziu mais valia (Gambini e Dias)
Processo que, parafraseando Otávio Paz, produziu “um povo sem alma, sem história, sem identidade, sem memória”.
3.  O RESGATE DA “ALMA ANCESTRAL”:
Baseando-se nas teorias junguianas o autor apresenta outra idéia de alma: “dimensão humana viva, reativa e imprevisivelmente criativa.” A alma ancestral brasileira é negada durante o processo de colonização e ainda hoje:
Essa legitimação do ato de apropriar-se do bem não reconhecido como alheio, que a projeção do Paraíso instituiu na cabeça do invasor, faz com que a alma ancestral se transforme num objeto a ser apropriado ou dispensado (Gambini).
A tarefa de reencontro da alma ancestral inclui a mitologização das origens brasileiras. Trata-se de permitir que o mito, presente no inconsciente coletivo brasileiro, possa emergir.
Segundo nosso autor esse reencontro com os mitos que guiaram os horizontes dos povos brasileiros das origens contribuem para superar “uma percepção essencialista da alma brasileira, levando-nos a abandonar a ilusão de uma identidade ou de um caráter nacional fixo no tempo”.
Esse resgate exige revisitar as raízes étnicas históricas do povo brasileiro: raízes indígenas, negras e portuguesas.
4. RAÍZES INDÍGENAS
Foram os índios que conquistaram o Brasil para os portugueses, embora não tenham sido os beneficiários da conquista. Os colonizadores jamais teriam conseguido o que conseguiram, não fosse o apoio que diversos grupos indígenas forneceram (Vainfas).
Eram cerca de 6 a 12 milhões de pessoas por volta do século XVI. E mais de mil etnias.
5. RAÍZES AFRICANAS
O reconhecimento das raízes africanas da brasilidade exige que se conheça a “história da escravidão, por não ignorar o poder do escravo em produzir a sua própria história. A história do escravo é a história da escravidão”.
6. RAÍZES PORTUGUESAS
Eram pessoas de extratos sociais constituídos de pessoas pobres. Sua tarefa era levantar informações acerca da “natureza e os costumes humanos das novas terras e preparar o terreno religioso para a vinda dos missionários” (v. Giucci). Foi uma colonização acidental.
A colonização acidental não implica, conseqüentemente, um projeto organizado de modo racional e levado à prática por etapas programadas, e sim a resposta criadora a uma situação de necessidades que pouco a pouco desemboca na construção de uma imprevista organização social (Giucci).
O primeiro brasileiro, conforme Darci Ribeiro, é filho de mãe índia e pai branco. Deparamo-nos, então, com a questão da mestiçagem.
A mestiçagem é mais do que uma questão étnica. É, também, um certo modo de localização e organização social. A cultura brasileira é mestiça. Destaca ainda o autor:
O mestiço não goza de uma identidade pré-existente, fruto de uma larga continuidade histórica (...) mas adquire-a e se legitima pelas obras.



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