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"A IMPORTÂNCIA DO “OLHAR DO OUTRO”
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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Como bem discorre Lauand, parece que a época em que vivemos diferencia-se das anteriores, especialmente não pela necessidade de enfrentamento de intempéries ou ausência de domínio técnico sobre os fenômenos da natureza, mas, pelos descaminhos, angústias e incertezas,. E isto tudo, de acordo com Melman é decorrente de uma nova forma de pensar, julgar, etc., que se incorporou à vida humana, não sendo, porém, originária do ideal de eu de cada indivíduo, mas de tudo aquilo que possa lhe proporcionar satisfação, mesmo que não sejam   respeitados os limites éticos e morais humanos. Para ele, trata-se de uma nova economia psíquica, voltada exclusivamente para o prazer, fato este que só pode mesmo desencadear grandes sofrimentos. Não são aceitas mais orientações efetivas que possam   nortear o pensamento do ser humano, predominando o ideal de obtenção do sucesso a qualquer preço. Sendo esta a realidade que se apresenta, acredita Lauand que o drama do sofrimento humano, em verdade, é o testemunho de suas próprias experiências, já que não contam com o auxílio e o exercício da reflexividade. Seguindo esse raciocínio, Melman afirma que nunca o indivíduo foi tão livre e, ao   mesmo tempo, tão estéril de pensamento e, por isso, vem sendo conduzido, basicamente, pelo mundo do espetáculo,   sendo esta a principal causa da grave crise de identidade hoje tão presente. Isto ocorre, especialmente, quando o indivíduo se vê frente a qualquer tipo de obstáculo: sente-se confuso e inseguro, tendo em vista que, por não ter desenvolvido, não é capaz de utilizar sua capacidade de pensar. Por outro lado, também não pode contar com experiências fidedignas e, assim, é normal que se sinta frágil, vulnerável e oprimido, até porque, o que tem valido para a vida humana atual são as aparências, a necessidade de aceitação e de confirmação externa, ou seja, a preocupação maior é voltada para   o pensar e o olhar do outro, e não para a própria essência e verdade interior. Daí a progressiva ampliação dos processos de depressão, tendo em vista que as defesas pessoais foram minadas, propositalmente, pelos processos de manipulação da sociedade de consumo, processos estes que incapacitam   o indivíduo de se auto-sustentar e de suportar a crítica alheia. Melman ainda ressalta que a estética vem ocupando o   lugar da   ética no mundo atual, já que o que realmente importa é estar em cena, captar olhares, ser sedutor e, com isso, a imagem passou a ser decisiva para que as pessoas se sintam aceitas pelos demais, além de ser também uma maneira fácil de ganhar dinheiro. E é aí que ele localiza um dos principais conflitos existentes, em especial entre os jovens, que passaram a se preocupar com a estética, mas de forma muito além do que é tido como normal para tal faixa etária, tornando-se um fator negativo, pois se transformou em algo essencial para que se tornem reconhecidos pelos outros. Como não poderia ser de outra forma, instalou-se uma grave e inusitada crise para a vida humana: a incapacidade de diferenciar o que é necessário daquilo que é oriundo do desejo e, conseqüentemente, o desprezo e desapego por todos aqueles que detêm sabedoria, especialmente pessoas mais velhas, pois ainda trazem consigo valores morais e éticos que pouco interessam a quem deseja ser visto pelos outros, seja qual for o preço a pagar por isso. Analisando o paradoxo que hoje permeia a sociedade moderna, a única certeza que se tem é que se vive em um mundo que despreza o exercício da reflexão e, assim, os riscos humanamente criados avançam, pois, como escreve Lauand, ninguém dá o que não tem.   Quando se negligencia a estruturação interna em prol da aprovação exterior,   há uma grande ameaça para os suportes que mantêm a auto-sustentação. O não reconhecimento dos bloqueios mentais e psíquicos não permite que o indivíduo perceba, com a clareza necessária, que o importante na vida é a segurança interior e a integração com as características pessoais e subjetivas.   O olhar para dentro é o que constrói, que faz com que o indivíduo reconheça suas capacidades e limitações,   e isto só é conseguido através da autocrítica, que conduz ao verdadeiro reconhecimento de si mesmo. O olhar do outro só é importante para quem precisa demonstrar ao mundo a falsa realidade que vive, ou seja, a mentira de si mesmo.



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