Ipatinga FC - Como Salvar este Gigante?
(Geraldo Ferreira da Paixão)
O futebol brasileiro ainda é o melhor do mundo, e por isso é acompanhado e analisado por especialistas de todo o continente. Leio e vejo artigos de profissionais abordando de forma variada o tema e me pergunto com freqüência como e porque os clubes brasileiros se preocupam tanto em chegar ao topo das competições, quando na verdade, a maioria não têm recursos para isso. Claro que além do prazer de fazer, os dirigentes associam outro valor à prática, que é o financeiro. De uma forma geral, raramente se vê um presidente de time profissional desistir do cargo por causas financeiras. Ao contrário, muitos brigam duramente pelos cargos, o que presupõe-se vantagens para presidir um grande clube.
Por outro lado, os grandes clubes de futebol são muito cobrados pela torcida, mídia e sociedade em geral, existindo situações em que o presidente se vê forçado a abandonar o tão sonhado posto – foi o que aconteceu recentemente com o Ziza, presidente do Clube Atlético Mineiro, que ao se ver tão pressionado, decidiu abandonar o barco – que não queria, isso é fato! São vários os motivos que provocam uma saída desse tipo: o mau rendimento de qualquer time nas competições nacionais, além de provocar derrubada de técnicos, pode portanto derrubar também presidente. Para que isso aconteça, basta que torcida e mídia pressionem o clube na busca dos resultados planejados.
Por outro lado, a cobrança dos torcedores, mídia e sociedade em geral torna-se uma valiosa contribuição para o bom gerenciamento dos clubes. Além de ajudar na fiscalização das ações da diretoria, mantém um nível de administração mais austéro, admitindo-se mais acertos nas decisões. Grandes clubes brasileiros, de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e outros grandes centros esportivos nacionais utilizam essa crítica externa pára melhor gerir os destinos dos times de futebol. Fazem melhor porque são cobrados diariamente.
Reporto-me a esta análise para o caso do Ipatinga FC de nossa cidade. Apesar de ser o caçula da Série A do campeonato brasileiro, a diretoria não pode acomodar como está, deixando o time às traças, levando pancada de todo lado, sem tomar uma decisão incisiva, capaz de mudar os resultados imediatamente. Faltando apenas 27 pontos para serem disputados na competição, dos quais 15 serão fora de casa, a diretoria deve desde já planejar o clube para a disputa da segunda divisão do mineiro e da Série B em 2009. Volto a dizer: não será fácil participar dessas competições no ano que vem, e se não trabalhar sério pode cair de novo.
Os resultados do Ipatinga FC até a 29ª rodada do brasileiro são medíocres e é o retrato do que faremos até a 38ª rodada. Foram 29 jogos, com 7 vitórias, todas em casa, 6 empates e 16, pasmem, dezesseis derrotas, das quais, 5 dentro de casa. Com esses números não há como esperar nada do Ipatinga FC nesta competição. Dos jogadores que atuaram contra o Cruzeiro, nesta 5ª feira, 9/10, apenas 4 (Marcio Gabriel, Henrique, A. Recife e Leandro Salino) participaram da campanha vitoriosa de 2007. O Adeílson foi reserva o ano inteiro. Apesar da competência do Márcio Bittencourt, o elenco do Ipatinga FC é muito limitado tecnicamente, e é ilusória a mensagem dos jogadores e dirigentes ao afirmarem que o time vem jogando bem, sem no entanto, vencer seus jogos.
Precisamos isto sim, imprensa falada, escrita e televisada do Vale do Aço, torcedores e sociedade em geral, nos unirmos em torno do clube e cobrar resultados ao invés de apenas acompanhar a campanha do quadricolor. Temos que fazer como fazem nos grandes clubes brasileiros; quem vestir esta camisa tem que honrá-la e sentir a presença de todos, vigiando, fiscalizando, mais acima de tudo colaborando para que o Ipatinga FC seja realmente o time de coração de todos os ipatinguenses.
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