A SERPENTE DA LAGOA - FÁBULAS
(LA FONTAINE)
Lembram da fábula onde as rãs pedem aos céus um rei? Nas muitas versões sempre as rãs terminam sofrendo o castigo por quererem um poder interventor. Não sabia que havia uma versão onde a fábula continua. Parece que é derivada de La Fontaine e excluída das edições desde a revolução francesa. Contam que a serpente da lagoa engordou de tanto devorar rãs e como elas começaram a emigrar para outras lagoas mais democráticas, passou a devorar sapos, outras cobras que ali passavam, e em pouco não havia nem salamandras, nem lagartos menores, nem os peixinhos comedores de ovos de mosquitos e outros pequenos animais fugiam de beber água ali. Em consequência se multiplicaram as serpentes que passaram a atacar na redondeza, cresceu o número de pernilongos e doenças se transmitiram a macacos, bois e homens, desequilibrando toda a região. Um dia os homens dos arredores se reuniram e foram estudar os motivos das pestes trazidas por moscas e mosquitos e descobriram a serpente bolchevista da lagoa. Foram lá e a recolheram a um serpentário, trouxeram de volta as rãs e os sapos que comeram os pernilongos e os pequenos peixes que devoraram os ovos e larvas de moscas e de transmissores de doenças, devolvendo o equilíbrio rompido pelo abuso do poder interventor que tudo devora. Já está em tempo de aprender as lições das fábulas e removermos as intervenções dos estados todopoderosos, para obedecer às leis naturais do equilíbrio em convívio de todos em nosso mundo econômico também.
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