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L´Atlantique de la modernité: le parte d´Afrique
(Isabel de Castro Henriques)

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HENRIQUES, Isabel de Castro. L´Atlantique de la modernité: le parte d´Afrique. In: Le Portugal et l´Atlantique. Lisboa: Arquivos do Centro Cultural Calouste Gulbenkian, 2001.
Para a autora o Atlântico foi a mola vital do fenômeno da mundialização. Graças a ele que o Índico e Pacífico ocuparam lugar na história do mundo moderno. Antes disso era necessário decifrar os mecanismos do Atlântico, suas correntes, marés etc, para domá-lo e, domando-o é que se pode conhecer o Pacífico e o Índico, do ponto de vista europeu. Nesse sentido Portugal tem papel privilegiado na elaboração deste Atlântico, pois foi um dos primeiros domadores desse espaço.

Do outro lado, a autora coloca a África como importante contribuidora para a elaboração do Atlântico dos séculos XV-XIX. O oceano era a porta marítima dos europeus para a África e América.

Há no texto a relação de dois Atlânticos: um das regiões costeiras e outro das grandes navegações. Nesse último Portugal avança para os arquipélagos e organiza novo tipo de colonização: recruta colonos, organiza a produção e a economia. Isabel afirma que “apenas as Ilhas Canárias e Fernando Pó possuíam populações cuja história e cujo caracter eram enigmáticos. As outra ilhas estavam desocupadas...” (p 107).

Outro tema abordado pela autora é a falsa idéia de que os africanos possuíam pouco conhecimento tanto do Atlântico quanto do Índico. A relação da população africana com o mar não se dava por falta de técnica ou por ausência de curiosidade, mas somente se interessavam quando as suas necessidades se voltavam para os oceanos.

Isso posto, ela divide a relação África-Atlântico em 3 visões: a primeira tenderia a precisar o balanço das contribuições européias; a segunda organizaria o inventário das mudanças introduzidas pelos africanos nos seus sistemas para integrar as novidades européias nos seus vocabulários e nas suas práticas; e a terceira seria consagrada às influências exercidas pelos africanos sobre os europeus.

A relação dos portugueses com os africanos se dá sobretudo através do comércio, eles importavam produtos, objetos e mercadorias. O Atlântico era portanto o mar das trocas.

Diante da necessidade da navegação ser uma atividade rentável, os europeus criaram ecossistemas inéditos nas ilhas atlânticas, Brasil e Antilhas principalmente, liquidaram uma parte da flora e da fauna originais e implantaram a cultura açucareira. A empresa açucareira fazia a translação de plantas e alteraram paisagens. A África fornecia a força de trabalho (escrava) e os livres também colaboravam com a empresa açucarei ra contribuindo com conhecimentos e escravos.

Um outro tipo de ação portuguesa é a construção de fortalezas e entrepostos, fundamentais para os projetos portugueses na África. Elas protegiam e preservavam a instalação portuguesa tanto de estrangeiros quanto de ataques vindos do continente. Essas tentativas de construção foram combatidas pois, segundo a autora “os africanos aceitam e asseguram a expansão das relações com os europeus enquanto estas lhe são úteis” (p 117). Assim, a circulação no território era restrita aos estrangeiros e feita somente quando convinha a população local. Para instalar seus agentes e conseguir informações em território africano os portugueses deveriam aceitar as regras sociais propostas pelos africanos.

A partir do século XVI a África passa a ser reservatório de mão-de-obra escrava para as Américas. As ilhas atlânticas serviam de modelo para a violência do tráfico, e a violência do tráfico e da escravatura foi estruturante na história do Atlântico Moderno.

Os africanos passam a desempenhar dois papéis simultâneos na sociedade do Atlântico dos escravos: eram escravos conduzidos às plantations e também comerciantes de escravos no próprio continente.

A partir do século XIX, com a tentativa de por fim ao tráfico negreiro, o comércio com os europeus muda de caráter para o das mercadorias legítimas. Apesar dessas trocas serem impostas pelos europeus e nunca ao contrário, o que levou a um tipo de atividade sempre voltada para a exportação e deu base para o novo colonialismo.



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