Crise financeira: hora de separar os homens dos guris
(Marco Aurélio Marocco)
Há um ditado segundo o qual em momentos de crise é preciso separar os homens dos guris. Pois bem, o mundo mergulhou em uma grave crise financeira. É hora, portanto, de fazer a separação. De um lado estão os homens, como Gordon Brown (primeiro-ministro britânico), Nicolas Sarkozi (presidente francês) e Angela Merkel (chanceler alemã); do outro, George Bush (presidente dos EUA) e Lula (presidente do Brasil).
Os homens encararam a crise de frente, enfrentaram críticas dos contribuintes e dos neoliberais e agiram para defender o mundo capitalista. Compraram bancos quebrados a preço de banana e salvaram o sistema financeiro. E ainda fizeram um ótimo negócio porque, daqui a alguns anos, quando a crise for passado, estes mesmos homens vão vender as ações destes bancos a peso de ouro.
Os guris se assustaram, é normal. Bush ficou passado, se escondeu atrás do Congresso e jogou a bomba em cima do resto do mundo. No Brasil, Lula fez o que se espera de um guri: quando se viu apertado, culpou um outro garoto (Bush), se fez de sonso e jurou que o tsunami financeiro que atingiu o mundo chegaria ao Brasil apenas como uma marola. Quando disse isso (há uns dois meses), o dólar valia R$ 1,60. Hoje (22/10) está em 2,40. É coisa de guri mesmo, mas de guri ignorante e arrogante.
É hora de por os guris para dormir enquanto os homens trabalham para resolver a crise.
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