A Industrialização Brasileira
(MENDONÇA; Sonia. R. de.)
A Industrialização Brasileira
Pág. 26 – 27 - Em plena sociedade escravista surgem os primeiros operários Brasileiros. Grande parte da classe operária era composta por escravos.
Das camadas mais pobres da população surgiram os primeiros operários, incluindo os menores de idade.
Eles não tinham condições de vida ou de trabalho melhor que os escravos, trabalhavam até 16 horas por dia e não eram trabalhadores especializados (essenciais para o desenvolvimento).
Os operários qualificados não permaneciam no Brasil, eram contratados pela Inglaterra, mesmo custando mais caro e com dificuldades de adaptação ao clima.
Em 1870-1880 imigrantes começam a chegar ao Brasil e o operariado brasileiro passa a ser composto em sua maioria por eles. Nas favelas do Rio e SP a predominância era de Italianos, Portugueses e Espanhóis. A mão de obra nacional predominava apenas nos centros menos dinâmicos: Bahia, Pernambuco e Pará.
Nem o crescimento da grande indústria melhorou as condições de vida dos operários. A super exploração agravou-se e foram incorporados ao trabalho mulheres e crianças.
A ameaça de desemprego era constante. Imigrantes chegaram às cidades, o que aumentava a oferta de mão de obra, provocava demissões e desvalorizava os salários.
*As crianças recebiam salários menores que os adultos.
Super exploração, miséria e doença
Pág. 28 – 30 - Nos períodos de crise econômica como, por exemplo, a 1ª Guerra Mundial, a situação se agrava ainda mais, não existia qualquer estabilidade.
Durante a formação do operariado brasileiro, não ocorreram mobilizações da categoria devido a sua dispersão espacial. A maioria dos integrantes da classe estava no RJ e SP.
Em 1893 a mão de obra que ocupava as indústrias de São Paulo e as fábricas do Rio era estrangeira, essa situação gerou alguns conflitos como, por exemplo, o ocorrido em São Paulo - 1896 contra os “italianinhos”.
A grande característica da fase de formação da classe operária brasileira foi a sua composição heterogênea.
O proletariado abrange trabalhadores com grande qualificação há trabalhadores sem nenhuma experiência de trabalho.
Assim compreendemos melhor as dificuldades dos operários de organizarem e não organizados perdiam a credibilidade dos patrões ou governo.
Pág. 31 – 32 - A abundante oferta da força de trabalho e a diversidade dos operários fizeram com que eles enfrentassem péssimas condições de trabalho, vida e violência por parte dos mestres de fábricas com as mulheres e crianças, castigos corporais, multas, ameaça de desemprego e a brutalidade explicita eram incorporados a rotina operária para aumentar a produtividade. Além desses castigos as condições de higiene, a falta de água potável entre outros fatores também faziam parte desta rotina.
Vivendo precariamente o alcoolismo e a tuberculose eram comuns. Não existia assistência por parte do governo. Acidentes de trabalho eram comuns, até os dias de hoje o Brasil é recordista nestes acidentes.
Para o proletariado nada era pior que as extensas jornadas de trabalho impostas pelos patrões.
Nessa época os operários viviam a super exploração na fábrica com a repressão policial e ideológica. O proletário nada mais era do que um marginal agitador em potencial.
Nosso passado escravista pode ser o responsável por essa visão tida dos operários, visto que o trabalho manual era visto com preconceito.
Para não contagiar outros segmentos sociais e ter maior controle, os industriais estipularam a “concentração geográfica” da classe operária em bairros ou vilas proletárias.
Alguns bairros tipicamente operários no Rio: São Cristóvão, Gamboa, Laranjeiras e Gávea. Em SãoPaulo: Lapa, Mooca e Barra Funda.
P ág. 33 – 34 - A criação desses bairros ao invés de controlar e “separar” a classe operária aproximou-a ainda mais, alguns operários construíram vilas operárias próximas as fábricas. Na vila o operário e sua família viviam sem liberdade, recebiam moradia, porém tinham sua entrada e saída controladas, horários para ir e vir, policiamento, proibição do alcoolismo e etc. com o objetivo de vigiá-los os empresários construíam nas vilas áreas de lazer para facilitar o controle.
A habitação em favelas e cortiços também era comum aos trabalhadores, essas habitações eram caracterizadas por péssimas condições de salubridade e higiene.
Devido aos baixos salários recebidos, os proletários pouco consumiam. Nos períodos de crise a situação era pior, o empresariado diminuía suas perdas com achatamento salarial ou demissões em massa.
A pauperização tornava-se crescente.
Para desespero dos empresários, durante a República Velha (1917 – 1920), surgem os protestos operários e movimentos grevistas.
A classe operária organiza-se
Pág. 35 – 36 - Com o passar dos anos o grau de exploração sobre o operário brasileiro era tanto que eles resolvem organizar-se para protestar. Surgem então entre 1850 e 1880 as primeiras organizações proletárias do país: as associações mutualistas.
As associações não tinham nenhuma ligação política e não resistia à exploração, seu único objetivo era o auxilio mútuo nos casos de doenças, acidentes... a iniciativa foi 100% dos trabalhadores. As ligas operárias sim tinham objetivo de reivindicar seus direitos e resistir às explorações.
Seus principais objetivos eram: redução da jornada de trabalho, aumento salarial e a melhoria das condições de trabalho.
As ligas foram ineficientes para mobilizar a classe. Escravos no interior da empresa, pequena concentração industrial desse período e outros fatores dificultaram esse primeiro momento.
O 2º momento ocorreu depois da abolição da escravidão, apresentou sinais distintos a partir 1937 e vigora até os dias atuais.
Três correntes disputam nesse período a liderança da classe: a socialista, a trabalhista e a anarco-sindicalista.
O socialismo na época um grupo pequeno e sem participação nos meios populares. Sua principal preocupação era defender as idéias de Marx e Engels.
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