Salmo II
(Luísa Barbedo)
As palavras do Salmo II ressoam como uma chamada pessoal de Cristo: levam-nos a encararmo-nos com Ele, como Rei - um reino de justiça e de paz.
Nos primeiros séculos da história do cristianismo, a grande maioria dos cristãos eram "convertidos", adultos que se tornavam cristãos. Com a difusão do cristianismo por todas as cidades do Império Roman, primeiro, e depois também pelas sociedades rurais, passou a ser frequente e habitual o facto de nascer cristão. Mas hoje, no século XXI, a situação volta a ser semelhante à dos primeiros séculos da era cristã. Não se nasce cristão, é preciso tornar-se cristão. Impõe-se uma nova conversão radical, profunda, e essa conversão começa em cada um de nós. Essa decisão implica a rejeição de muitas formas de viver, de actuar que se tornaram prática corrente na socieade contemporânea, mas que não condizem com esse sentido originário do ser cristão.
O saudoso Papa João Paulo II apelou para este regresso, chamando a atenção para a situação crítica da sociedade ocidental, e movendo a uma «nova evangelização». A recristianização da Europa e do mundo passa por esse caminho íntimo, pessoal, de cada um dos cristãos que regressa à casa paterna.
As palavras deste Salmo ressoam como uma chamada pessoal que nos convida, tal como ao Bom Ladrão, a irmos com Cristo para viver no seu reino.
O comentário de Luísa Barbedo é uma reflexão pessoal, uma leitura atenta das palavras deste belo poema que é o Salmo II. Lê-lo põe-nos por diante um vasto horizonte, no qual se enxergam novas possibilidades de felicidade, de reonciliação e de paz. Essa paz que tanta falta faz ao mundo nos tempos em que vivemos.
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