Genealogia Da Moral "U M A P O L Ê M I C A" (1877)
(Friedrich Nietzsche)
Nós, que somos homens com conhecimento, não conhecemos a nós próprios; somos de nós
mesmos desconhecidos e não sem ter motivo. Nunca nós nos procuramos: como poderia,
então que nos encontrássemos algum dia? Com razão alguém disse: "onde estiver o teu
tesouro, aí estará também o teu coração”.
Meus pensamentos sobre a procedência de nossos preconceitos morais, me levaram a acredita que a saída seria inevitavelmente aposentalos, e transferilos a modernidade com algumas modificações.
Pelo contrário, com a mesma
necessidade com que uma árvore dá seus frutos, crescem em nós nossos pensamentos, nossos
valores, nossos sins e nãos e sés e quês - E dizendo isso, em exclamação Nietz, lembra que no intelecto filosófico, pensa e necessariamente pensa, não com o emocional, nem com valores utópicos, mas sim com o raciocínio lógico, cruel e maquinavel - Mas que importa isso às árvores!
Que importa isso a nós, a nós filósofos!...
Por um escrúpulo que me é próprio, e que confesso de mau grado refere-se, com efeito, à
moral, àquilo que até agora sobre a terra foi celebrado como moral -, por um escrúpulo que
apareceu tão cedo, tão sem ser chamado, tão incontável, tão em contradição com ambiente,
idade, exemplo, procedência, que eu quase teria o direito de denominá-lo meu "a priori" -
teve minha curiosidade assim como minha suspeita, de fazer alto, temporariamente, diante da
pergunta: que origem tem propriamente nosso bom e mau.
Sempre com esse senso sacarstico, ele faz comparações grandiosas e até mesmo humorísticas, sobre nosso senso imoral de ter moralidade...
Se auto penitência com o valor da compaixão e da moral da compaixão (- eu sou um adversário do
amolecimento moderno dos sentimentos -) para isto é necessário um conhecimento das condições e circunstâncias nas quais nasceram, sob as quais
se desenvolveram e se modificaram (moral como conseqüência, como sintoma, máscara,
doença, mal-entendido; mas também moral como causa, medicamento,
estimulante, inibição, veneno), um conhecimento tal como até hoje nunca existiu nem foi
desejado.
É com esse notório senso sarcástico que Nietz, leva até o ultimo parágrafo
desse glorioso livro, suas novas e reais sensibilidades ou até mesmo insensibilidades, sobre assuntos do tipo compaixão, valores morais e outros...
Com certeza uma boa escolha de leitura, para estudantes de Filosofia ou interessados no gênero...
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