Declínio das populações de anfíbios
(T. GARDNER)
Os anfíbios estão desaparecendo em taxas alarmantes em todo o mundo. Esse declínio hoje um problema global com causas complexas como alteração dos habitats, predação, radiação ultravioleta, doenças, alteração do clima, introdução de espécies, acidez e toxidade que atuam isoladamente ou em conjunto. Sendo que a principal delas relacionada às atividades humanas que modificam e destroem os habitats naturais. A fragmentação dos habitats aumenta a probabilidade de extinção porque provoca o isolamento entre as populações, diminuindo a variabilidade genética e o potencial adaptativo, provocando ainda outro fator mudanças nos micro-climas. Os anfíbios são sensíveis a estas mudanças em seu ambiente externo, devido ao seu ciclo de vida e a sua pele permeável.
Em segundo lugar está a introdução de espécies exóticas, sendo que essas invasões biológicas constituem uma ameaça real à biodiversidade, devido as suas características fisiológicas, morfológicas e ao fato de às vezes não terem um predador natural, essas espécies podem sobrepor-se às espécies nativas diminuindo estas populações a níveis drásticos ou levando-as a extinção. No Brasil foram introduzidas várias espécies exóticas como a rã-touro, o caramujo-gigante-africano, o búfalo, o pardal, o javali, o pínus, o vírus da cólera dentre outros. A Lithobates catesbeianus foi introduzida com fim alimentício e devido a um manejo irregular, exemplares chegaram à natureza onde estão causando impactos ecológicos. As espécies exóticas são organismos que uma vez introduzidos e estabelecidos em novos ambientes causam impactos econômicos, sociais e ecológicos negativos como, por exemplo, a perda da biodiversidade nativa.
A redução da camada de ozônio promoveu um aumento na radiação ultravioleta, ou seja, dos raios UV-A e UV-B que provoca redução do número de desovas, aumento da mortalidade de embriões, decrescente sobrevivência larval e efeitos negativos sobre os embriões e larvas. A poluição causada pela mineração provoca danos em grandes áreas com a liberação de substâncias químicas ácidas ou tóxicas produzidas na retirada das pedras, provocando o envenenamento das águas e por conseqüência a morte das larvas de anfíbios. Outro impacto causado pela ação antrópica é o aumento da acidez nas florestas tropicais levando a mortalidade das larvas além de causar redução do tamanho corpóreo do adulto e alteração nas taxas presa-predador. Devio a permeabilidade de sua pele, são mais susceptíveis às toxinas existentes no meio ambiente.
Os anfíbios são removidos de seus habitats naturais e vendidos como alimento, como animais domésticos ou para abastecimento de mercados medicinais e biológicos. Os anuros vêm sendo intensamente consumidos na ordem de 200 milhões de indivíduos por ano (aproximadamente 10 toneladas), destes 80 milhões são coletados nos campos de arroz de Bangladesh e como resultado desta exploração observa-se a redução drástica destas populações ocasionando, por exemplo, o aumento no número de insetos que se tornam ameaça ao ecossistema e às plantações.
Um número de doenças têm sido relacionadas com a mortalidade acentuada ou com o declínio nas populações de anfíbios, segundo Gardner, observações freqüentes de anomalias no crescimento de larvas e adultos levaram ao estudo e reconhecimento de doenças nos anfíbios. Recentemente os pesquisadores têm focado o papel dessas doenças que infectam os anfíbios como o iridovírus e o fungo quitrídeo. Acredita-se também que os anuros afetados pelo estresse ambiental causado pela radiação ultravioleta ou por causa da acidez, possam ter tido alterações no seu sistema imunológico que antes os protegia de tais doenças
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