O uso de geossintéticos no reforço de camadas de baixa resistência.
(Marcelo Ferreira dos Santos)
O uso de geossintéticos no reforço de camadas de baixa resistência.
A mobilização do efeito membrana pode aumentar substancialmente a resistência à tração na interface solo-fundação ou aterro-estrutura de fundação, diminuindo assim as deformações verticais impostas pelo peso no aterro e das suas sobrecargas.
A problemática das obras de engenharia onde é obrigatória a necessidade de inserção de fundações assentes em solos ou perfis geológicos de baixa capacidade de suporte, enfatizam a gravidade do assunto e o quanto é necessária uma certa prudência sobre as danosas conseqüências na estética das construções e na funcionalidade das obras geotécnicas. Muitas vezes, devido ao desconhecimento comum entre os tradicionais profissionais de engenharia, procura-se ao máximo, sempre, evitar construir ou assentar qualquer tipo estrutura sobre camadas de solo de baixa resistência.
Com o advento dos geossintéticos começou-se a enxergar a possibilidade de se diminuir consideráveis recalques, diferenciais ou totais, os quais poderiam prejudicar o desempenho das construções assentes neste tipo de solo. Isto deve-se ao fato da adição de novas resistências mobilizadas devido a inserção destes materiais, em formas de placas ou em mantas sintéticas, colocadas dentro ou na interface entre a camada de baixa resistência e o aterro compactado.
Em obras de terra realizadas sobre fundações de solo mole, por exemplo, o conhecimento da resistência não-drenada da camada de argila mole e da carga atuante nesta camada é essencial para o correto dimensionamento da resistência à tração a ser mobilizada durante o carregamento normal na manta ou placa sintética. A velocidade da solicitação desta resistência, também conhecida como efeito membrana, deve ser levada em consideração quando a velocidade da construção de um aterro e os tipos de solicitações são importantes fatores que influencima a qualidade da obra.
No caso de fundações rasas, a inserção de placas sintéticas poderá aumentar a resistência no bulbo de tensões durante a solicitação da estrutura de fundação. Tal adição, que poderá variar entre uma ou varias placas, além de aumentar a resistência do solo de fundação, gera economia final na estrutura, uma vez que poderão ser dimensionados materiais mais esbeltos de eficiência consideravelmente satisfatória.
Portanto é notado aqui que a diversificação das obras com geossintéticos já é um fato a ser levado em consideração por toda a comunidade geotécnica e de engenharia. Isto é mais importante ainda quando se trata de recursos financeiros alocados á obra, geralmente limitados e não-constantes quando os desembolsos referem-se aos investimentos e interesses privados.
Marcelo Ferreira dos Santos é um Consultor em Engenharia Civil.
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