PORQUE SOU APOLÍTICO!
(*)Paulo Roberto I
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As pessoas imaginam minha postura como apolítico, atitude passiva, ou vazia de conteúdo. Outros pensam numa posição impossível de se manter ou rotulam tal modo de agir: o pensar de alguém ignorante e irresponsável socialmente.
Ao contrário, profundo conhecedor, e por último Pesquisador, enxerguei com clareza e por um ângulo de visão privilegiado vi o quanto a política é uma ilusão.
Exemplificando: É como se num determinado momento eu visse desnudo o procedimento da política e descobrisse que na realidade ela não tem a intenção de beneficiar pessoas, antes imperceptivelmente, ela acaba privilegiando apenas os agentes participantes de seu andamento. Aquilo que tão seriamente se procura demonstrar tem a qualidade de ilusório cenário. Como quando o Mr. “M” demonstrou pelo programa Fantástico, a verdadeira identidade daquilo que antes se pensava ser: magia.
Meu pai foi político convicto, desde cinco anos lembro estar juntamente com ele participando de Congressos Políticos em diversos estados do Brasil. Minha casa, reunia à portas fechadas, membros de uma ideologia que nos tempos da Ditadura rendeu meu pai ser averiguado no Quartel do Exército da R. Tutóia na Capital paulista. Por exemplo, o atual PT, Partido dos Trabalhadores, era para ser apenas uma ideologia dos denominados companheiros. Numa agenda do meu finado pai, o telefone residencial do Lula, quando o atual Presidente da República podia passar seu telefone pessoal a companheiros. Meu pai era íntimo do atual Chefe da Nação.
Por ser muito cedo datilógrafo era secretário de meu pai, quanto aos inúmeros ofícios dirigidos à Prefeitura e Órgãos Competentes, por ele elaborados. Sr. Paulo Sapateiro, como era conhecido, foi por inúmeros anos Presidente da Sociedade Amigos do Jardim Líbano e Vilas Adjacentes em Pirituba-SP.
Presenciei a tentativa de ridicularização de minha mãe ante a afirmativa de meu pai de que seu amigo de nome Lula seria um dia Presidente da República. Finalização que não teve a felicidade de comemorar, tendo falecido antes do seu amigo chegar a Brasília.
Sou apolítico, observador de que os grandes temas de necessidade popular são apenas título do discurso político, mantidos apenas no plano da discussão e não da execução.
Há quase 50 anos ouvi o tema Reforma Agrária num congresso no Rio de Janeiro, e até hoje esta Reforma não aconteceu mantendo os Sem Terra alimentados só de esperanças.
Num momento em que o planeta passa por grandes dificuldades no campo das finanças, políticos, eleitos por pessoas -vejam a utopia - conseguindo empréstimos para empresas, como se estas repassassem às pessoas os benefícios de suas realizações.
Empresa, por ser morta e desprovida de sentimentos, é insensível quanto a qualquer causa que exija ponderação. Sua natureza famigerada, apenas atropela o ser humano, sem ver nisso mal algum. Após a resolução do problema financeiro ela avança em seus propósitos deixando para traz e sem qualquer constrangimento o iludido empregado.
O cidadão, doador iludido de seu voto ao político a fim de elevá-lo à categoria de autoridade, vê seu representante, traiçoeiramente, dirigir esforços no sentido de acudir a imensos complexos industriais e bancários, que em essência são os mantenedores de um estado velado de escravidão, que a partir de 13 de maio de 1888 passou em nosso país a se aproveitar de todos os brasileiros. Pesquise e perceberá que os atuais grandes empresários são descendentes dos antigos Senhores de Engenho da época da Escravidão.
O absurdo alvo da política é contrário ao ser humano. Utópica e ilusoriamente ela alimenta um processo que não visa dar resultados às pessoas. Trabalhei em campanhas políticas em São Paulo e por último fui assessor na Câmara Municipal de Taubaté, conhecendo o lado interno, os bastidores de uma Casa de Leis.
Aristóteles e Otto Bismark definem o termo política como:
- A Arte de governar os povos e
- A Arte do possível, sucessivamente.
Assim sendo eu, como artista plástico, estaria muito mais apto a exercer esta posição. Pois muitas pessoas, na falta da criatividade esforçam-se inutilmente em viver um dom que não possuem. (Observem alguém que não tem o dom de cantar, cantando. É ridículo e agressivo à sensibilidade.)
Outros muitos, numa lista infindável, de filósofos estadistas e conhecidos homens, tratam o termo política com um tom de sarcasmo e desprezo.
Como apolítico, conheço o caráter ladino da política que ilude até mesmo os mais bem intencionados. Dirijo todos os meus esforços a pessoas, por mais ínfimos que sejam. Dou andamento há quase três décadas a um processo de reciclagem que muito antes do anúncio do Aquecimento Global já atuava efetivamente. Hoje, quando as empresas dizem estar reciclando a fim de manterem uma imagem simpática aos consumidores, somente o fazem por que esta atividade hoje é uma estratégia de marketing de caráter positivo. Voluntariado: executo há mais de 20 anos. Como por exemplo, dentro do complexo carcerário da Casa de Detenção de São Paulo, o extinto Carandiru, no Desafio Jovem do Vale em Taubaté-SP ou na Casa do Pequeno Artesão de Campos do Jordão-SP, ensinando multi-reciclagem.
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(*)Paulo Roberto I – Membro inativo da Academia Valeparaibana de Letras e Artes, como escritor e artista plástico. Pesquisador na área de Antropologia Criminal na Casa de Detenção de São Paulo, o extinto Carandiru. Tem um curso de Bacharelado em Teologia pelo STBNET-SP.