Diamantes e Répteis
(Perrault)
Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas, a mais velha era arrogante intolerante e antipática como a mãe sendo a mais nova modesta, bondosa e agradável como o defunto pai.
A mãe preferia a mais velha e por isso só lhe mandava fazer as tarefas mais leves enquanto que à mais nova era sempre as mais difíceis e quer estivesse bom ou mau tempo, tinha de ir sempre duas vezes à fonte buscar água.
Certo dia estava a encher o cântaro, quando se aproximou uma velhinha que lhe pediu um golo de água. Satisfeita por poder fazer uma boa acção, aproximou o cântaro da boca da velha senhora que quando acabou de beber, disse-lhe agradecida que a ia premiar por ter um bom coração e que então dali em diante sempre que falasse sairia pérolas e diamantes da sua boca.
A menina sorriu com a amabilidade da velhinha e não fez caso. Ao chegar a casa, a mãe esperava impaciente perguntando-lhe porque tinha demorado tanto, pelo que lhe contou o que se tinha passado e conforme ia contando a história, iam saindo da sua boca pérolas e diamantes.
A mãe muito espantada foi logo a correr para junto da filha mais velha, mandando-lhe também ir buscar água à fonte.
Ao chegar lá, uma velhinha pediu um golo de água, pelo que a rapariga respondeu com brusquidão que a fosse beber sozinha.
A velhinha disse-lhe que então como paga pelo seu mau génio e falta de educação, sempre que falasse sairia sapos e cobras da sua boca.
A rapariga encolheu os ombros com desdém e foi para casa, pousando o cântaro ao pé da mãe com maus modos.
A mãe perguntou-lhe se tinha encontrado a fada. A filha abriu a boca para responder e saíram dos seus lábios sapos e cobras.
A mãe gritou assustada perguntando o que era aquilo, mas logo teve que a mandar se calar porque senão a casa iria ficar cheia de répteis asquerosos.
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