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Viva Simples - primeiro capítulo
(Falkner; Odir Cunha)

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Um solução, individual e coletiva.
 
Adotar uma vida simples é uma maneira segura de se alcançar o equilíbrio pessoal e uma forma eficaz de contribuir para a salvação da Terra.
 
Vida simples não é sinônimo de pobreza, ou carência, mas sim de um estilo de vida sem excessos e ganâncias – que pode até utilizar-se da alta tecnologia, desde que se mantenha em equilíbrio com o meio ambiente – e na qual os valores éticos são mais valorizados do que os bens materiais.
 
E por quê este tipo de vida menos ambicioso deve ser apontado como o ideal para o homem do século XXI? Bem, a resposta está à nossa volta e dentro de nós.
 
Todo o supérfluo – material e cultural – que a humanidade acumulou nos dois últimos séculos, agora se volta contra ela. O lixo material polui e aquece o planeta, enquanto a excrescência cultural confunde e paralisa o homem.
 
A solução é despir-se do desnecessário. A lista é longa: vai desde carros de luxo até dogmas religiosos ultrapassados, em um processo que pode ser penoso, pois exige a consciência do problema, a constatação dolorosa de que se estava seguindo o caminho errado. 
 
Quem se julga bem-sucedido obedecendo ao mesmo roteiro já encenado por seus pais e avós – no qual o final feliz tem de vir acompanhado de riqueza, fama e poder –, provavelmente terá dificuldades de admitir que precise rever seus conceitos.
 
A teomania que nos contamina faz com que acreditemos que nossa maneira única de viver e pensar é a mais correta. Porém, é nesse individualismo, nesse egoísmo de cada um que nasceu e floresceu a angústia que atormenta a todos.
 
O homem e seu habitat parecem ter chegado, simultaneamente, ao mesmo beco sem saída. O homem como o agente nocivo, aquele que destrói o seu próprio habitat, enquanto o planeta é a vítima silenciosa de seu animal “mais inteligente”.
 
Na verdade, por mais maltratado que ainda venha a ser, o planeta se salvará. Pouco depois da extinção da humanidade, a hera cobriria o asfalto, os rios represados transbordariam, os animais em extinção voltariam a multiplicar-se, o sol recuperaria o seu azul, e o ar, seu oxigênio.
 
Assim, por mais indefeso que possa parecer, o planeta tem seus recursos para continuar vivo e são – e um dos mais eficazes, certamente, é destruir a nós, que o estamos torturando há séculos, principalmente a partir da Revolução Industrial, que acelerou o consumo de combustíveis fósseis.
 
Falemos, então, da parte que nos toca e que é justamente aquela que desencadeia tudo: nós próprios. Assim como não adianta pensar em mudar o todo sem se alterar cada partícula, é impossível esperar o futuro melhor para a humanidade se cada um de nós não der um passo nesse sentido.  
 
O interessante dessa história é que uma vida simples nos dará mais tempo, nos permitirá relacionamentos mais ricos e duradouros, nos aproximará de nossos sonhos e aptidões, enfim, nos fará mais felizes, e ainda assim contribuiremos para o bem-estar geral de nossa espécie.
 
Parece mentira que, ao contrário do que nos ensinam desde a infância, a felicidade plena possa ser alcançada sem dor e sem muito trabalho. Mas basta limpar nossas mentes e nossos corações de tudo que temos aprendido e sentido nos últimos anos, para perceber que esta é uma realidade ao nosso alcance.
 
Simplicidade por opção
 
A vida simples pregada neste livro está relacionada ao conceito de “simplicidade voluntária”, na qual as pessoas procuram não se deixar levar pelas imposições do mercado de consumo e optam por viverem mais ligados à espiritualidade, qualidade de vida, uso melhor do tempo, saúde, preservação do meio-ambiente, redução do estresse, justiça social, enfim, valores que privilegiam o ‘ser’, em contraposição ao ‘ter’ induzido pela publicidade que nos cerca. 
 
Há casos de quem se adapta à vida simples por necessidade, obrigado pelas circunstâncias econômicas. Para mim, desde que obedeça aos princípios, não importa o motivo que faz alguém adotar esse estilo de vida, mas para o norte-americano Duane Elgin – que em 1981 lançou o livro “Simplicidade Voluntária”, dando origem ao movimento –, a vida simples é uma escolha e não tem nada a ver com “pobreza forçada”.
 
“A pobreza é involuntária e debilitante, a simplicidade é voluntária e mobilizadora”, defende Elgin. Eu já acredito que mesmo a pobreza, se não for extrema e nem paralisante, pode permitir uma vida espiritualmente plena e feliz. Dependendo do grau de sua pobreza, uma pessoa pode viver plenamente, mesmo sem luxos.
 
O filósofo romano Epicteto (55 d.C. – 135 d.C.), mestre admirado pela lógica de seus argumentos, pregava uma vida modesta e virtuosa, e viveu segundo essa filosofia. Mesmo reverenciado pelos ricos, morava em uma pequena cabana e jamais demonstrou interesse por adquirir fama, fortuna ou poder.
 
Pouco antes de Epicteto, Jesus de Nazaré tinha vivido de uma maneira simples e intensa. Jamais se queixou da pobreza. Ao contrário. “Que proveito traz ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? O que daria um homem em troca de sua alma?”, perguntou ele.



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