A CRISE MUNDIAL
(J. BRITO SOUSA)
A CRISE ECONÓMICA MUNDIAL
Vou tratar o assunto de forma simples, para que todos percebam o que quero dizer. Neste crónica acerca da crise económica mundial, direi que a mesma está instalada no mundo inteiro e dizem os especialistas que veio para ficar por uns tempos largos. Essa conclusão é baseada, por exemplo, nos indicadores dos mercados bolsistas, que funcionam para baixo quando a procura é escassa e funcionam para cima quando a procura aumenta.
Os utilizadores do negócio de acções, títulos representativos da saúde financeira das grandes empresas, conhecem com uma boa dose de certeza qual a liquidez das famílias, ou, por outras palavras, sabem mais ou menos se as famílias têm dinheiro para adquirir os bens supérfluos, porque para a aquisição dos bens essenciais, as donas de casa poupam para os adquirir e este indicador não é satisfatório, para que dele se retire alguma conclusão.
As famílias, são, em minha opinião, a base mais garantida para se perceber o início da crise. Numa análise simples, as coisas passam-se deste modo.
As fábricas produzem para colocar os produtos no mercado e satisfazer os clientes, sejam eles produtos de primeira ou segunda necessidade. Se os produtos que tinham bastante procura vendiam-se bem e agora não se vendem, então é porque falta liquidez nas famílias, isto é, as famílias não têm o dinheiro que tinham noutros tempos para adquirir esses mesmos produtos.
Porquê?
Terá de haver alguma razão e o desemprego pode ser uma delas.
Numa família que tenha em casa pessoas desempregados ou com baixa, procura defender-se, poupando o mais possível, porque apesar de um desempregado ou empregado em situação de baixa receber subsídio de desemprego e de doença, respectivamente, recebe menos do que se estivesse no activo e psicologicamente é levado a não gastar, resultando daqui que os consumos baixam e as empresas não vendem, acumulando os stocks, baixam a sua rotação e afectam os orçamentos das unidades de produção, digamos, das empresas.
Com este comportamento as empresas não vendem, despedem pessoal e então, falta dinheiro para as famílias cumprirem as suas obrigações e a economia do País reflecte-se disso, o dinheiro não circula porque o sistema financeiro não funciona com normalidade; está doente
As crises normalmente começam assim e a recuperação da economia torna-se difícil, porque, se o mercado (as compras e as vendas dos bens) abranda, falta liquidez (dinheiro vivo) nas empresas, que para pagar salários e impostos terão de recorrer aos Bancos, que normalmente cobram taxas altas e exigem cumprimento do prazos
E quem não cumprir....vai parar ao vermelho do Banco de Portugal.
SOUSAFARIAS
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