O GALANTE SÉCULO XVIII
(AQUILINO RIBEIRO)
RENUNCIAR AO AMOR
O GALANTE SÉCULO XVIII é o título de um livro dos muitos que Aquilino Ribeiro escreveu. E fala de amor e de Liberdade.
Todos sabemos que a grande preocupação de Aquilino em toda a sua vida, quer como escritor quer como homem, foi a questão da Liberdade. O escritor assumiu isso em toda a sua obra e toda a gente o sabia. Usou como arma de arremesso, penso, que apenas o poder da palavra.
Mas nesta obra que vos falo acima, o Mestre trata de um tema interessante ou talvez não, mas que anda aí na cabeça dos homens de cinquenta anos, mais ou menos. Diz ele: “Chegado à idade dos cinquenta, ainda não renunciei ao amor”....
A ideia do escritor, parece que não deixa dúvidas a ninguém que use um pouco de inteligência e faça uma interpretação extensiva da frase, para concluir o que é que o escritor quis dizer. Para mim o que o escritor quis dizer é outra coisa que não o amor. Ou melhor, também é amor mas noutro âmbito, digamos, que num amor mais prático e objectivo.
A palavra não nos foi bem explicada pelos nossos progenitores e também eu não soube explicar isso bem aos meus seguidores. Por outro lado, o dicionário também não ajuda, porque indo lá ver, vejo que “amor” pode ser atracção afectiva ou física que, devido a uma certa afinidade, um ser manifesta a outro. Concordo, como também aceito que amor seja uma forte afeição nascida por outra pessoa, mas já não aceito que amor seja uma atracção, baseada no desejo sexual, como lá está dito.. Aceito sim que amor seja afeição e ternura sentida por amantes. Saramago disse, quando tinha oitenta anos, que o amor vai muito para além da penetração.
O escritor Raul Brandão, disse, em relação a essa matéria e em referência à esposa: “Foi ela quem me ensinou o amor” .O que quereria dizer o autor com esta frase? O que será o amor? Em meu entender, poderá ser uma manifestação de vontade com a intenção de praticar uma boa acção. Mais ou menos isto, que se pode traduzir no amor que Cristo nos transmitiu. “Amai-vos uns aos outros” disse o Mestre.
Na continuidade da leitura da obra de Aquilino, vê-se perfeitamente qual o significado da palavra utilizada quando o autor diz que “ainda não renunciou ao amor” e que para o ano que vem logo se verá. E acrescenta, “as pessoas de idade não estão aptas a versar semelhante matéria”... o que para bom entendedor , meia palavra basta.
No meu entendimento o mundo precisa efectivamente de amor, mas do amor igual a carinho, do amor igual a respeito, do amor igual a consideração, do amor igual a querer bem, do amor ....
“O homem, enquanto homem, é incapaz de desembaraçar-se desta paixão; vive .tem de amar; vive porque ama” .
Eu chamaria a essa incapacidade outra coisa para o qual os brasileiros têm no seu vocabulário um nome giro. Mas não digo, não tenho a certeza se estarei a raciocinar bem. Todavia, se bem interpretei o autor, também não posso deixar de reconhecer que a isso a que chama de amor, é necessário. E muito.
E deveria acompanhar as pessoas de idade até ao fim. Como aconteceu com D. Luís da Cunha, ministro, que faleceu no ano de 1750 e amou até a última.
Falta saber em que ano nasceu, apenas ...
SOUSAFARIAS
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