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Heranças da Evolução
(Richard Dawkins; Diversos outros)

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Porque os idosos adoecem mais que os jovens?
A resposta é simples. Vamos imaginar uma borboleta: Quando nasce, ela não se parece com uma borboleta. Ela nasce como uma lagarta, de um ovo posto por uma borboleta. Bem diferentes. A transformação de lagarta em borboleta acontece porque os genes que fazem a metamorfose são acionados ou ativados depois de algum tempo.A lagarta não tem controle direto sobre o processo. Ela simplesmente come tudo que conseguir até que seus genes iniciam a metamorfose. Essa ativação pode ocorrer com o tempo ou somente depois que a lagarta acumulou energia suficiente, mas isso não importa pra nós no momento.
O que importa é que os nossos genes e glândulas funcionam da mesma forma. Eles vão sendo ativados e desativados de acordo com o tempo ou com o acúmulo de certos hormônios no nosso organismo. Você não nasceu com barba ou pêlos pubianos, eles foram crescendo a partir do momento que seus genes foram ativados ou suas glândulas receberam a ordem para começar a funcionar e fazer o que deve ser feito. É assim com todos os seres vivos.
Acontece que a atuação de alguns genes pode não ser benéfica para nós. Durante a evolução, a mutação deu – e continua a dar – origem a genes que têm efeitos maléficos sobre o corpo quando ativados. O diabetes, que você pode ter recebido como herança genética dos seus pais, é um exemplo disto.
Agora chegamos no ponto onde a seleção natural faz o seu trabalho: permite a continuidade dos indivíduos aptos para o ambiente onde vivem e impede a dos não aptos. Em outras palavras: filtra as combinações de genes boas para aquele ambiente das combinações ruins. Acontece que alguns genes maléficos conseguem burlar o filtro da seleção natural simplesmente retardando a sua atuação para uma época depois da reprodução do indivíduo.
A estratégia é simples: se uma espécie torna-se capaz de reproduzir depois de 6 semanas a partir do seu nascimento (como os ratos caseiros), todos os genes maléficos que têm a sua atuação “programada” para antes de 6 semanas tendem a desaparecer, pois ou matam o indivíduo antes que ele se reproduza ou prejudicam a sua reprodução de alguma forma. Cabe lembrar que a reprodução do rato significa a reprodução dos seus genes, os bons e os ruins. A pergunta óbvia é: como os genes ruins para os ratos podem continuar se reproduzindo, apesar de serem ruins?
Você já deve ter respondido essa, mas só para garantir: fazendo com que a sua atuação seja retardada para depois das seis semanas, permitindo que o rato se reproduza normalmente antes que apresente os resultados da ativação do gene. O desenvolvimento de algum tipo de câncer, por exemplo.
É exatamente este o nosso cenário atual. Os genes maléficos que têm a sua atuação tardia não foram eliminados pela seleção natural e continuam presentes no nosso pool gênico (conjunto de genes que podem fazer parte do nosso DNA). E é por isso que os idosos adoecem mais do que os jovens, pois acumulam em seu DNA uma série de genes potencialmente maléficos que conseguiram burlar o falho filtro da seleção natural.
Esta conclusão nos leva a outra pergunta: Isto quer dizer que estamos acumulando em nosso DNA genes potencialmente nocivos de ação tardia durante todo este tempo? A resposta é sim, e a medicina pode estar ajudando estes vilões. Mas isto é assunto para um próximo artigo.



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