O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material
(Anaclara F. Veiga Tipple; Thays Ribeiro de Souza; Ana Lúcia Queiroz Bezerra; Denize Boutellet Munari)
O presente trabalho visa apresentar o artigo O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material e esterilização: desafio para o enfermeiro, de Anaclara F. Veiga Tipple, Professor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás-UFG; Thays Ribeiro de Souza, Enfermeira graduada pela Faculdade de Enfermagem da UFG; Ana Lúcia Queiroz Bezerra, Professor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás-UFG e Denize Boutellet Munari, Professora Titular da Faculdade de Enfermagem da UFG, pesquisadora do CNPq. O estudo teve por finalidade caracterizar o processo de inserção nos Centros de Material e Esterilização - CME, de trabalhadores que não possuem formação específica na área de enfermagem. As autoras descrevem a evolução do CME ao longo da evolução da cirurgia, acentuando a necessidade de aprimoramento tanto dos equipamentos como do pessoal responsável, destacam ainda a necessidade do fluxograma unidirecional de limpeza, secagem, preparo, esterilização e estocagem e as possíveis complicações advindas de falhas durante esse processo. Segundo as autoras, o Manual de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar da Bahia, propõe o processamento de artigos em CME, como prioridade no hospital por interferir no controle das infecções hospitalares. Para garantir a qualidade dos serviços prestados, afirmam que o perfil dos recursos humanos deve ser adequado, assim como a devida capacitação teórico-prática, tornado o treinamento uma ferramenta indispensável para a capacitação dos funcionários, proporcionando-lhes segurança e ampliando o nível de qualificação do seu desempenho. As autoras propõem que a existência de uma política de educação continuada para o pessoal de enfermagem do CME, devido à complexidade dos processos de esterilização e alto custo na aquisição de instrumentais torna-se imprescindível a fim de diminuir os índices de infecção hospitalar, do tempo de internação, e conseqüentemente a redução de gastos. O estudo desenvolveu-se em duas instituições hospitalares públicas do município de Goiânia, que possuíam tanto trabalhadores em CME sem formação quanto com formação específica em enfermagem. O resultado apontou prejuízos e riscos ocupacionais elevados entre funcionários que não possuem formação, demonstrando a importância da formação específica e devido treinamento para atuar neste setor. Outro aspecto importante que as autoras destacaram é a importância de o CME estar sob a responsabilidade de enfermeiros capacitados, que realizem a orientação e supervisão em todas as etapas do processo. As afirmam que a agregação de mão de obra desqualificada a um serviço de alta complexidade pode implicar em descrédito nas ações de enfermagem em geral. Tendo em vista que as instituições de saúde são prestadoras de serviço, devem se conscientizar que o maior rigor no tocante à seleção de mão de obra resultará em prestação de assistência com qualidade, além disso, a rápida mudança no sistema de prestação de cuidados à saúde exigem que a equipe seja capaz de pensar criticamente a fim de tomarem decisões oportunas em relação à assistência ao cliente, tendo o ensino tem como principal função, em busca da competência profissional. Podemos perceber a partir do estudo realizado, que a capacitação profissional dos profissionais envolvidos com o CME configura-se como primordial em um serviço de saúde, pois a qualidade do trabalho realizado reflete em todas as áreas da assistência à saúde, por ser este um setor de distribuição de materiais. A contratação de mão de obra inespecífica para o cargo, além de inconveniente é também um risco, tanto para a instituição como um todo, como para os próprios profissionais, pois tanto o índice de infecção hospitalar, quanto os riscos ocupacionais estão diretamente relacionados a esse serviço. A importância da supervisão de enfermagem também se configura como primeira necessidade, pois apesar de formação adequada, os profissionais precisam ainda de capacitação continuada a fim de lidar melhor com as constantes mudanças que se projetam na área da saúde, estando sempre prontos prestar assistência de qualidade aos clientes.
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