African histories and the dissolution of new World History
(FEIERMAN; Steven)
Mudanças ou ampliação da temática abordada na ciência histórica, antes contemplava apenas os até então considerados grandes feitos e nomes históricos, atualmente as possibilidades ampliaram-se consideravelmente.
A partir da década de 1960 a pesquisa expandiu-se por diversos ramos, no entanto, até então o estudo da história africana tem o objetivo de encaixá-la na história européia, o que pouco muda na perspectiva dos próprios historiadores africanos. Indicando que para os historiadores europeus que aquilo que não era Europa significava o resto do mundo.
Até a década de 1960 há ainda uma visão de que a África é um continente atrasado, que a formação das cidades se deu apena com a chegada do Islã, mais uma vez a história africana sendo posta a partir de elementos exógenos, o que no texto fica comprovado que a urbanização começou anteriormente a isso.
Braudel caracteriza a África negra como passiva e inerte, pois os navios europeus na Costa Ocidental não encontraram resistência ou vigilância e que o mesmo havia acontecido nas margens do deserto. No entanto, a expansão do Islã e o comércio trans-saariano foram moldados a partir de iniciativas tomadas por ambos os lados do deserto. Braudel distingue África negra (incivilizada) e África branca (civilizada). Para esses historiadores civilização significa densidade populacional, constituição de cidades e escrita.
Um dos mitos da história da África é a velha visão de que o comércio na África foi largamente uma iniciativa de estrangeiros... De fato, o comércio para além do nível da aldeia começou como uma iniciativa africana se expandindo a partir desse nível inicial para o exterior.Cabe aqui ressaltar que a região do Níger possuía alta densidade populacional, mercados periódicos e grande comércio de óleo de palma.
Para o autor o impacto da história oral resultou em um grande avanço nos estudos sobre a África subsaariana, onde muitas sociedades eram perfeitamente compatíveis com esta forma de pesquisa: estes povos transmitiam um conjunto substancial de conhecimento de uma geração para a seguinte e sustentavam uma complexa hierarquia política e econômica, tudo sem o uso da escrita.
Outro fator a se considerar é a presença de estudantes africanos e afro-descendentes nas universidades, esses ajudam a reconstruir e registrar a história africana. Os africanos passam a ser atores da sua história, daí a ampliação de temas abordados: relações de parentesco (kinship), escravidão, mercado e violência estavam interconectadas.
O autor trata da questão da linhagem e parentesco, contando o caso de Narwimba. Privilegia-se então a história social no lugar da história do comércio, para ele deve haver um equilíbrio entre as falas européias e africanas, mas ao colocar a história da África no contexto da história mundial, não retirando dela sua cor local e especificidades, o historiador descobrirá que seus problemas apenas começaram.
Resumos Relacionados
- Ojaide, Tanure. Migração, Globalização E Literatura Africana
- O Abc Do Continente Africano
- L´atlantique De La Modernité: Le Parte D´afrique
- Consciencia Negra
- África Na Escola
|
|