O Bobo da Corte
(Conde de Sabugosa)
Na Grécia com o nome de Moroi, em Roma com o nome de Moriones, são os Bobos a alacridade dos festins.
Na Roma da decadência não havia banquete sem os inventores de facécias burlescas. Depois das dançarinas, dos acrobatas, dos macacos amestrados, dos cubisteteros que andavam com a cabeça pelo chão e a cabeça pelo ar, vinham os Bobos _ os Gelotopoios, que, em grego, significa os homens que fazem rir a sociedade.
Esopo, frígio; que xantus comprou por sessenta óbulos, era com sua figura grotesca, a sua cara disforme, e os lampejos de gênio singular que chegaram até nós, um escravo bobo, encarregado de distrair, pertencendo à espécie dos Morosophos, loucos ajuizados, que proferem sentenças morais.
Na Idade Média, o Bobo,com seu gibão multicor, com seu saio de guisos pendentes e gorra asiniauricular, com a palheta, e os tintinábulos do adufe, enche as aulas regias, divertindo, motejando e as vezes lacerando reputações e honras, ou vingando injustiças.
O truão, o chocarreiro medieval, distribuidor de churfas é, na missão de critico, grozador e zoilo, com os censores romanos, ao mesmo tempo juiz e algoz.
Havia também a classe dos Segréis, trovadores que peregrinavam de corte em corte.
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