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Conceitos em Relações Internacionais - Parte 1
(Amado Luiz Cervo)

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Resumo: Conceitos em Relações Internacionais – parte 1

Escrito por Amado Luiz Cervo para a RBPI, Ano 51, nº 2 – 2008.

Resumido por Daniel Cardoso Tavares
1 – Teorias e conceitos: raízes e alcances diferenciados
O estado atual das teorias em relações internacionais é caótico, por isso deve-se ter cautela em sua lide. As teorias tem grande relevância na formação do pensamento e da “inteligência” nacional. Também no âmbito governamental, traçam as linhas básicas do processo decisório.
O caos estaria no grande número de contradições entre as teorias e correntes teóricas, apresenta-se, também, nos escritos de grandes pensadores que interpretam, mas não formulam teorias propriamente ditas. Este confusão dar-se-ia por se inspirarem em campos de observação limitada, sem serem objetivas, e por não conseguirem firmar-se como universais, como pressupõem-se que sejam as teorias.
Os interesses que sustentam vinculam-se a de determinadas sociedades, que constituem seu campo de observação, e estão sempre alinhados com os padrões de conduta e valores que essas sustentam como ideais. Descartam, assim, as perspectivas de outras sociedades, seus padrões de conduta e valores. O construtivismo surge, então, como superação para o impasse em que estamos.
Tão importante quanto entender uma teoria é desvendar suas ciladas. O realismo teve sucesso incomparável, mas propõe ao mundo os padrões do Ocidente, tendo sido formulada durante o período do Guerra Fria, nos EUA, com o ponto de partida no Estado. Reside aí o fato dele não explicar as relações internacionais como deveria. As teorias que orientam os países desenvolvidos, a exemplo do realismo, não são, no mais das vezes, convenientes para os países emergentes.
A teoria da estabilidade hegemônica oferece, para alguns críticos, tanta capacidade explicativa quanto uma hipotética teoria da instabilidade hegemônica, já que a ordem internacional não se ampara no poder hegemônico se este não conseguir conectar-se e coordenar as forças globais na criação da ordem. Essa falta de controle estaria visível, por exemplo, no terrorismo ou nos movimentos de anti-americanismo.
Um contrapoder surgiu com a ascensão do terceiro mundo, a periferia do sistema. Exigi-se uma nova explicação para as relações internacionais. Analisando-se o contrapoder apenas no âmbito comercial percebe-se que os países emergentes, que antes assistiam passivos, na Conferência de Cancun, em 2003, passaram a posicionar-se contra o modo de produzir esses acordos. Surgiu, como congregação dos emergentes, o G-20, para participar da formulação das regras do jogo comercial, , para reduzir os seus desequilíbrios. O contrapoder paralisou a OMC por anos, não mais aceitaria o desequilíbrio e colidiu com o centro de poder. Está desequilibrada a Trilateral (conluio de EUA, Europa e Japão) e a junção EUA e Europa, como centros formadores das regras comerciais, que só a eles beneficiam. O G-8 é um espetáculo de impotência, mesmo quando tenta acolher como observadores, para controlar, os membros do G-5 (Brasil, México, Índia, África do Sul e China). O contrapoder põe em dúvida as teorias feitas pelo centro, para o centro.
O Choque de Civilizações, de Huntington, serviria para a cultura ocidental de matriz anglo-americana. Brasil e outros países pautariam sua conduta, ao contrário, pelo respeito das diferenças culturais. Nós projetaríamos nossa identidade multicultural de forma espontânea. Para nós, a teoria do Choque de Civilizações seria uma aberração intelectual. Os países seriam avaliados, na visão de Huntington e de Lawrence E., por meio do filtro da “superioridade” da cultura ocidental. Eles embutem em suas análises o fervor do propagandista. Alexander Wendt, ao contrário, inicia a demolição do imperialismo das teorias das relações internacionais.
As teorias das relações internacionais, então, tem capacidade explicativa, decisória e normativa limitada, já que a tendência moderna é verificar-se a existência de padrões de conduta, interesses e valores múltiplos. Tal constatação torna impossível qualquer teoria de abrangência universal. (veja o livro As Filhas de Deus: o confronto entre Ocidente e Islã sobre os direitos da mulher, págs. 17 a 22, para mais sobre o assunto Universal X Relativo). Estariam sendo desvendadas as armadilhas por trás dos conceitos de sociedade internacional.
Mesmo sendo uma formulação ainda “aberta”o trunfo do construtivismo é descartar a pretensão universalista das teorias, limitando o trabalho ao de formular conceitos úteis às relações internacionais. Conceitos sem a pretensão universal das teorias.



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