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Ponte do galo
(Dalcídio Jurandir)

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  Resumo de Ponte do Galo

Ponte do Galo, do autor marajoara Dalcídio Jurandir, remonta ao início da década de 1920 e divide-se em duas partes. Na primeira, o personagem central Alfredo regressou de Belém para Cachoeira, no arquipélago de Marajó, com o intuito de passar as férias no chalé dos pais, Alberto Coimbra, e dona Amélia, que se empenhou como pôde em realizar o sonho do filho de ir estudar na cidade grande.
 Alfredo passa o tempo revendo personagens familiares, como o tio Sebastião, irmão de dona Amélia, e outros da redondeza, como o Salu da venda, Dadá, Rodolfo e Didico (irmãos de Lucíola) e a prostituta Sabá Manjerona. Todavia, o ginasiano permanecia mesmo era dentro de um recinto do chalé, a saleta, com toda a nostalgia de ter sido espaço de predileção de seu irmão, Eutanázio, já morto, também  espaço preferido de seu pai, onde ficava a tipografia.
Alfredo teve encontros marcantes com alguns personagens, pontos altos dentro da narrativa. Foi à casa dos irmãos Saraivas e lá encontrou Dadá, que se disse farta da cidade, aquela Belém da época em que a vida era mais promissora para sua família. Falou também com o Salu, que contou a Alfredo que não podia mais ler, pois tinha a vista e a curiosidade cansadas. Encontrou Didico, que disse ter dado seu barco. Encontrou muitos outros personagens que povoavam a cidadezinha de Cachoeira. Dentre eles, Sabá Manjerona, uma prostituta. Também uma mocinha da idade dele.
Além do encontro e da conversa mantida com seu tio Sebastião, que lhe pediu segredo de sua estada por ali, destacam-se os momentos memorialísticos do filho do major Alberto. A mente se dispersa e 'viaja' para Belém, para suas ruas suburbanas, perdendo-se em digressões, em questionamentos sobre o paradeiro das personagens Luciana e Andreza.
Pela atitude pacata, sonhadora e passiva de seu pai diante da vida que levava em Cachoeira, o filho não recebia a atenção paterna desejada, como por exemplo a resposta que queria às cartas enviadas de Belém. Por isso, era com a mãe que Alfredo procurava dialogar. Sendo o pai branco e letrado, totalmente diferente da mãe ? negra e iletrada ?, era de se imaginar que ele é quem deveria responder aos questionamentos do filho. Contudo, esse alento somente encontrava na figura de sua mãe. Esta, em dado momento, relembrou e lhe contou o fim de uma história que ficou por terminar quando diante dele, de Mariinha e de Andreza, ainda em Três casas e um rio, perdeu o fio da meada e prometeu para mais tarde terminá-la. Trata-se da história oral "O velho e o lilás".
A segunda parte do romance (da página 121 à 175) situa Alfredo já de volta aos estudos em Belém, cidade antes de encanto para o menino, que aos poucos se transformou, aos olhos do adolescente, em desencanto. Então sua 'musa' deixou de ser uma cidade de sonho (como lhe pintaram Belém em Chove nos campos de Cachoeira), para se tornar uma cidade de periferia, noturna, feia, cidade pós-lemismo, decadente e labiríntica para um Teseu que não encontra sua Ariadne, muito menos o fio a lhe guiar na sua busca por Luciana. Dona Santa, sua filha dona Dudu, suas netas órfãs Ana, Nini e a sobrinha ausente sempre presente Luciana vivem e emanam vida na voz e na mente do narrador e de Alfredo, possibilitadores, os dois, de nosso passeio ? como leitores que somos ? por uma ponte interligadora entre oAlfredo menino e o Alfredo adolescente.
Pontos altos também são os encontros com inúmeros personagens pelas noites do subúrbio belenense, no perambular sem fim do ginasiano pelas ruas do Telégrafo, próximo da Ponte do Galo. Sempre ao telefone,  Brasiliana a alardear suas influências com os poderes públicos, a dar opinião sobre a "questã" de terras do Cel. Braulino Boaventura.
Ao perambular de dona Santa pela noite, sempre no seu trabalho mal remunerado de parteira, junta-se a busca zelosa por suas netas, Nini e Ana, principalmente esta, sempre à procura de um velório. Muitas vezes, Alfredo acompanhava a idosa. Nessas caminhadas, era possível ver Zuzu, embaixo da jaqueira, a se defender dos moleques que a perturbavam. É bem patente a chamada de atenção do narrador para as roupas rasgadas e sumárias de Zuzu, a denunciar sua extrema pobreza.
Às conversas com dona Dudu, esta costurando sempre e sempre criticando a ingenuidade da mãe dona Santa em relação às netas desta, junta-se a conversa com Esméia, a que queria conhecer o palacete do Cel. Delabençoe, e acaba por convencer Alfredo, que a conduz pela casa às escuras no fim de Ponte do Galo, quando são por Ana flagrados,escapando de dentro da casa, pulando a janela da frente, quando temos o epílogo do romance, com estas palavras bem significativas e quase proféticas, proferidas por Ana: "? Botaram vocês dois pela janela?"
Sétimo livro do Extremo-Norte, Ponte do Galo, pode ser lido isoladamente, por compor um todo íntegro. Mas sua leitura pode e  deve ser feita no contexto do ciclo do qual o livro faz parte, ganhando o leitor um redimensionamento de compreensão,  o que nos leva a considerar o livro um rio cujo curso deságua em um rio maior,  o conjunto das dez obras. Assim, as águas que passam por Ponte do Galo já passaram sob outras pontes  nos romances que o precedem e continuam passando pelos  que o sucedem.



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