Resumo de Pensar a arquitectura

A sua estrutura assenta numa espécie de diário que o autor foi escrevendo ao longo de 10 anos (entre 1988 e 1998) e no qual ele expressa as suas emoções relativamente á arquitectura. É exactamente essa a ideia explícita ao longo de todo o discurso. São perfeitamente evidentes as marcas sensoriais deixadas da infância nas suas reflexões arquitectónicas, concretamente as memórias da casa da sua tia, que costumava visitar regularmente na infância. As raízes do nosso entendimento arquitectónico encontram-se na infância, isto porque é onde começamos a ter contacto com a arquitectura sem sequer saber o que ela é. É essencial que um arquitecto consiga exteriorizar as suas paixões e memórias secretas porque são estas mesmo que lhe dão a sua personalidade enquanto profissional, porque cada traço e cada forma é fruto das experiências passadas vividas por cada um. Sem estas experiências a obra torna-se “vazia”, sendo que nem o próprio arquitecto sabe justificar a própria obra.
É por esta razão que o autor considera que estudar arquitectura não é estudar respostas ás perguntas que lhe são colocadas, mas sim questionar-se a si próprio de modo a compreender e ordenar os projectos através da emoção e da inspiração. Projectar pretende trabalhar de forma consciente as suas experiências pessoais. Dois conceitos essenciais ao conceber um projecto e que sempre se deve ter em conta é o material e o local em que a obra vai ser inserida.
Relativamente á materialidade, o mesmo projecto ao ser executado com variados materiais adquire um conceito completamente diferente mesmo sendo a mesma forma. Posto isto, no desenvolvimento do projecto há que ter sempre em conta vários aspectos, nomeadamente o local, o fim para que se destina e as próprias condições meteorológicas. Todos estes factores contribuirão para a escolha certa do material. Um material orgânico, como a madeira não será inserido num espaço urbano. Simplesmente não se enquadra no espaço envolvente. O outro aspecto é obviamente, o local. Para cada projecto, o arquitecto deve analisar intensivamente o local, pois a obra deve ser inserida no local e posteriormente fazer parte dele naturalmente, dando ao observador a ideia de que sem o objecto arquitectónico, o local em questão deixa de fazer sentido. Cada artista procura o seu próprio estilo de criar objectos artísticos quer seja unindo e ligando objectos ou através de peças soltas no espaço.
Peter Zumthor procura uma arquitectura espontânea, cujo objectivo é hospedar o homem, deixá-lo presenciar e habitar e não tentar persuadi-lo.
Este é provavelmente uma das razões porque gosta especialmente dos desenhos técnicos. O arquitecto considera que estes não iludem, dando-nos a ideia exacta do objecto.

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