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A crise mundial em detalhes
(Mauricio Cinelli)

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No fim da última década a economia norte-americana costumava ser apresentada pelos meios de comunicação como o mega motor do crescimento global, o paradigma do capitalismo triunfante onde, segundo os gurús neoliberais, se estava a expandir de modo vertiginosa uma Nova Economia baseada na alta tecnologia e a desencadear-se um círculo virtuoso de progresso indefinido. Explicavam-nos que as inovações tecnológicas geravam rendimentos que incentivavam a inovar mais, o que por sua vez expandia a riqueza, etc. Tudo isso exprimia-se numa euforia bursátil sem precedentes (ninguém recordava o que ocorrera em 1929). Clinton ocupava a Casa Branca e irradiava simpatia, o caso Lewinsky acrescentava uma nota de alegria suplementar à festa dos mercados.

Contudo, alguns factos dissonantes perturbavam a harmonia. Em primeiro lugar, o contraste entre o auge consumista e o quase desaparecimento da poupança pessoal. Os cidadãos do Império gastavam todos os seus rendimentos e contraiam dívidas porque, de maneira directa ou através de fundos de investimento ou de pensões, ganhavam muito dinheiro especulando na Bolsa. As empresas, especialmente as chamadas tecnológicas viam como dia após dia valorizavam-se as suas acções — o que lhes permitia (sobre)investir e (sobre)endividar-se. Tudo isso fazia subir as cotações na bolsa sem grande ligação com a rentabilidade real das firmas.

A bolha desinchou no ano 2000, Clinton entregou o seu posto a Bush e instalou-se a recessão. Além disso, o 11 de Setembro de 2001 veio marcar o lançamento de uma era militarista.

Não faltaram observadores, especialmente do campo progressista, para assinalar o antagonismo entre um Bush arbitrário e imperial e um Clinton multilateral, negociador, apegado o jogo das instituições. Contudo, Clinton impulsionou uma descomunal concentração de rendimentos, desencadeou a guerra no coração da Europa (Jugoslávia) e intensificou o bloqueio e os bombardeamentos contra o Iraque que prepararam a invasão posterior. Toda a sua articulação económica apoiou-se na hipertrofia financeira, acelerando o ascenso das mafias que agora governam de cara descoberta. Na realidade, o fascismo vincado de Bush, seus delírios imperialistas, a corrupção que o cerca herda e exacerba tendências dominantes durante os anos 90. A mutação parasitária do capitalismo norte-americano e as suas consequências sociais, políticas e militares foi gestada durante muito tempo, com a cumplicidade de democratas e republicanos, afunda as suas raízes na financeirização do capitalismo mundial.

MOTORES DA CRISE

Os Estados Unidos saíram da recessão nos fins de 2001 inflando uma segunda borbulha financeira, cuja base desta vez não foi a especulação bursátil e sim o negócio imobiliário. Verificou-se uma nova concentração de rendimentos impulsionada pelas reduções fiscais para os ricos, pelos gastos militares e por outras transferências de recursos públicos para camarilhas económicas associadas ao governo, dentre estas as multinacionais petroleiras que orquestraram a invasão do Iraque. A referida reactivação ampliou os velhos desequilíbrios, gerou novos e reabilitou outros que dormiam durante a era Clinton. O resultado foi uma avalanche de problemas que ultrapassam a capacidade de controle do sistema, empurrando-o para a crise.

O indicador negativo mais visível é o fracasso da invasão do Iraque, que assume um duplo aspecto. Por um lado constitui um duro golpe para a estratégia estadunidense de controle dos recursos petrolíferos mundiais; a aventura iraquiana e a ocupação do Afeganistão foram concebidas pela equipe Bush como implantações iniciais que seriam seguidas pela invasão do Irão e pela colonização das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, pressionando a Rússia e a China até submetê-las completamente. O esquema transformou-se num pântano e a possível retirada (derrota) dos invasores do Iraque muito provavelmente desencadeará uma escalada de movimentos anti-norteamericanos a partir do Médio Oriente, passando pelo Paquistão e chegando às Filipinas e Indonésia. Os povos islâmicos (mais de 1300 milhões de pessoas) serão a base humana dessas transformações.

Crise mundial afeta indústria automotiva

A crise econômica mundial já está tomando rumos alarmantes.No dia 29 de Novembro a Câmara dos Estados Unidos piorou a situação ao rejeitar um pacote de socorro que havia sido sugerido e que poderia ajudar a economia do país – e, conseqüentemente, a do mundo todo.

Apesar de a quantia do tal pacote ser quase inimaginável (US$ 700 bilhões, para ajudar os bancos de Wall Street com problemas), a medida apenas ajudaria a crise a não seguir piorando tanto, mas analistas ainda avaliam o que pode ser feito para contornar os sérios problemas da economia mundial.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assegurou que a crise não afetará diretamente o país, mas até onde isso é verdade? Vale lembrar que a indústria automotiva teve uma queda impressionante com as crises dos EUA. É aí o ponto que nos interessa: as marcas estão sofrendo muito, e não apenas as norte-americanas.

Logo após a negação do apoio econômico, o índice Dow Jones (que mede o desempenho financeiro das indústrias componentes do mercado de ações norte-americano) teve uma queda de quase 7%. E os carros, o que tem a ver com isso? Pois bem, a General Motors caiu 12,81% no índice. O número também atingiu marcas japonesas, como a Honda, que perdeu 10%. A Toyota e a Ford perderam 8%. Até mesmo a indiana Tata saiu bem prejudicada, tendo prejuízo de 13% na medição.



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