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O Pcc De Marcola
(Revista Época)

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Ameaças de morte, assassinatos, escandalos, corrupção, estratégia de guerrilha urbana, tudo isso é utilizado por

Marcos Herbas Camacho, conhecido como Marcola, chefe supremo da facção criminosa que se auto intitula como PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL ? PCC ? com sede em todos os presídios do Estado de São Paulo, se define como um poder paralelo, que disputa lugar com o poder oficial dos órgãos estatais principalmente da suas divisões da Justiça. Como rosto espremido na pequena janela que recorta a porta de aço da cela 151 do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, região oeste do Estado de São Paulo, reclama do tratamento desumano aplicado pelo sistema penitenciário aos detentos daquele local. Está em meio a uma revista surpresa feita pelos agentes penitenciários, em busca de celulares e armas. Pergunta: Vocês vieram aqui para me matar? Não obtém resposta, prossegue numa tentativa frustrada de diálogo que acaba se transformando em monólogo, sem nenhuma resposta dos agentes, que se limitam a retirarem os presos das celas individuais para procederem a revista. Era dia 22 do mês de maio deste ano, e a operação realizada em segredo e de surpresa parece ter desagradado ao líder máximo do grupo criminoso, que não se intimida com a revista e começa a ditar ordens aos seus subordinados das celas contíguas ao mesmo tempo que impõe limites ao agentes durante a ação. Marcola aparece como um preso bem comportado, que sempre fala em tom de voz baixa, não usa girias e não fala palavrão. Dentro do presídio de segurança máxima Marcola passa 22 horas preso em sua cela, com direito de duas horas de banho sol, individual e sem contato com os demais presos; está cumprindo pena no chamado RDD ? Regime Disciplinar Diferenciado, imposto aos presos de maior periculosidade, com a finalidade de evitar contato entre eles ou com o mundo externo. Sua alimentação, como as dos demais presos, é distribuída em recipientes de plásticos, uma vez que nada de metal é permitido nas celas, nem mesmo as garrafas plásticas do tipo pet têm sido permitidas, pois elas, cheias de água, servem como objeto de arremesso, no caso de rebeliões, usadas principalmente para quebrar vidros das janelas. No caso de Marcola, ele apenas lê, a maior parte do tempo, segundo ele, já leu mais de três mil títulos, dentre os quais se destacam: A Arte da Guerra, de Sum Tzu; O Príncipe, de Maquiavel, duas biografias de Gue Guevara e outros nesses estilos literários.
Ao final da revista, os agentes não encontraram nenhum aparelho celular ou qualquer irregularidade que fosse, nem na cela de Marcola ou dos demais presos. Todo o desenvolvimento da operação fora filmada pelos próprios agentes, segundo eles, para garantir a segurança da equipe e dos presidiários, como forma de se evitar que algum excesso fosse cometido. É bom lembrar que a revista fora realizada dias após a sangrenta onda de massacre contra policiais perpetrada pelo PCC, que culminou com baixas de ambos os lados, com grande prejuízo para os poderes constituídos bem como para a sociedade organizada, alvo indireto dos ataques Questionado, ao final do dia, pela impressa, o então Governador Claudio Lembo disse desconhecer a situação, alegando não ter autorizado nenhum tipo de ação como essa mega-revista, deixando claro que iria apurar as responsabilidades; dois dias depois, já cinte da situação, homenageou os participantes da revista, intitulando-a como exemplo a ser seguido pelos demais agentes penitenciários em todas as regiões do Estado de São Paulo.
Mesmo a penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, que até o momento é a única do país, projetada para abrigar presos de altíssima periculosidade como Marcola ou o chileno Mauricio Norambueno (seqüestrador do publicitário Washington Oliveto), não é capaz de conter as ações violentas do PCC. Quando entram no corredor das celas, os agentes são ameaçados com palavras de todos os tipos, os presos ameaçam as esposas e os filhos dos agentes, o clima é de terrortotal. O presidio de segurança máxima, do qual estamos falando, tem cento e sessenta celas individuais de aproximadamente seis metros quadrados de área cada uma e altura de três metros. As janelas das celas são protegidas com vidros blindados e barras de ferro; os detentos recebem produtos de limpeza e artigos de higiene pessoal que ficam em seu poder o tempo todo. O espaço pequeno deixa a cama praticamente colada ao vaso sanitário; no mesmo local, o detento urina, toma banha e defeca. Os números do Sistema Carcerário do Estado de São Paulo são assustadores, vejamos alguns: são cento e quarenta e dois mil presos, dentre eles, a proporção é de noventa e seis por cento de homens contra quatro por cento de mulheres; oitenta e dois por cento dos presos homens só têm até o ensino fundamental; sessenta e quatro por cento estão presos por roubo; dezenove por cento estão presos por tráfico; treze por cento estão presos por homicídio;



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