Violetas na Janela
(Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho)
“A vida continua...”. Esta é uma afirmação com a qual nem todos estão preparados para concordar. Mas, admitindo-se que ela represente a verdade, como seria essa vida que nos espera após o certo desenlace para o qual caminha nossa existência? Muitos são os livros espíritas que procuram dar conta dessa indagação, mas “Violetas na Janela” é um dos mais comoventes e agradáveis de ler. Por isso, talvez, sua vendagem tenha alcançado um número tão expressivo já que essas qualidades fizeram com que viesse ao encontro do gosto de todos os que se interessam pelo assunto. Psicografado pela médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho ele narra os acontecimentos que se sucedem ao desencarne da jovem Patrícia, que, aos 19 anos retorna ao mundo espiritual em conseqüência de um aneurisma.
Talvez o segredo da narrativa deva-se exatamente ao fato de que ela seja conduzida do ponto de vista simples e otimista de uma garota que, apesar de desencarnada precocemente, não tem qualquer problema em se adaptar ao plano espiritual. Dona de um comportamento exemplar quando encarnada, o que, em consonância com os ensinamentos da doutrina espírita, lhe proporciona que não venha a experimentar grandes angústias em seu desencarne,
Patrícia ambienta-se bastante bem na Colônia São Sebastião, uma sociedade espiritual localizada nas proximidades do Rio de Janeiro. Na cidadela espiritual, a menina conversa com vários espíritos que não tiveram a mesma sorte que ela. Ao contar suas histórias, Patrícia pode demonstrar o quanto uma vida regrada e voltada para o bem pode nos preservar de surpresas desagradáveis no pós-túmulo, não deixando, porém, de deixar claro que todos, sem exceção, têm a proteção divina.
Além disso, a autora espiritual faz também uma interessante crônica de seu dia-a-dia na Colônia, dando conta de aspectos que, por sua diversidade em relação ao que estamos habituados, prendem a nossa atenção, como, por exemplo, os meios de transporte e de comunicação usados pelos espíritos, seus hábitos em relação à alimentação e de que maneira se preparam para reencarnar e cumprir a Lei do Progresso a que todos estamos sujeitos.
Outro aspecto interessante do livro é que seu pressuposto, a continuidade da vida após a morte, significa também a continuidade de sonhos e projetos do Ser, o que no caso de Patrícia, se dá em relação a seu interesse pelos estudos, tendência essa que não será interrompida na Colônia, e sim reconduzida de forma ainda mais adiantada. A relação da menina com seus pais é, também, um depoimento de grande beleza e é mais uma lição de que acontecimentos pelos quais passam a família de Patrícia, ao invés de fonte de dor excessiva, podem se revestir de delicadeza e conformação com as leis da vida. As violetas que a mãe da jovem lhe envia mentalmente em seus momentos de saudade, simbolizam bem o modo singelo e belo com que os personagens exemplificam o que pode ser o final-continuidade de uma existência.
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