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Libertinagem
(Manuel Bandeira)

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A infância, as pessoas ligadas a ela e sua cidade natal, que servem de refúgio ao “eu-lírico” (poeta descontente e infeliz); esses elementos aparecem como lenitivo de sua dor no presente.
Imagens brasileiras, que evocam lugares, tipos populares e a própria linguagem coloquial do Brasil, transformando o cotidiano
em matéria poética.
Visão desiludida e irônica da vida, mostrando uma melancolia profunda que gera, às vezes, uma visão surrealista com final inesperado ou um desejo de mudança.
Amorosos, ora apresentando sentimentos puros e inocentes, ora apresentando imagens femininas eróticas.
 
Em relação à forma, não emprega nenhuma métrica padrão, variando da redondilha maior,até versos de dezessete sílabas poéticas dentro de um mesmo poema percebem-se inúmeras variações.
Há em alguns textos a preocupação com a disposição gráfica. Tal preocupação não é revelada em relação à rima, porém sua maior expressão está na força da palavra, no aspecto sonoro, o que acaba por fornecer ao poema um ritmo pessoal e harmonioso que, somado à emoção,assemelha-se a uma canção.             
 
Não sei Dançar
 
O “eu-lírico”, impossibilitado de dançar (“Não sei dançar”), observa o baile carnavalesco tão brasileiro, onde tipos humanos dos mais diversos, como o japonês que mistura idiomas , a arrumadeira, o ex-prefeito, a filha do usineiro e a crioula imoral mesclam-se num mesmo ambiente, esquecendo-se da situação de seu país.
Seu tom é melancólico e irônico, chegando a Amiel, poeta suíço dono de espírito inquieto e ativo que constantemente era paralisado pela sua timidez mórbida, além de Maria, prosadora russa, em cuja obra citada no poema percebe-se a luta e o desespero de seu espírito inquieto e melancólico, tal como o do poeta.
 
Pneumotórax
 
Nesse poema, através de formas nitidamente modernistas — versos brancos livres — Bandeira mescla diálogo com frases afirmativas e recursos gráficos, empregando toda sua auto-ironia melancólica.
Nele, o “eu-lírico” desabafa no 2o verso todo o seu drama interior. “A vida inteira que podia ter sido e que não foi”. Isto é, aos desejos frustados, aos sonhos não realizados do poeta só resta tocar uma canção trágica em homenagem.
 
Irene Preta
 
Irene preta é uma das figuras mais famosas e queridas da infância do poeta. Aqui, seu “eu-lírico” presta-lhe uma homenagem muito especial. Atente para a linguagem coloquial com frases nominais.
 
Poética
 
Poética é metalingüístico.
Para o “eu-lírico”, um poema não deve seguir regras externas ao “eu” interior do poeta. Ele é contra todas as normas sintáticas, semânticas ou poéticas, numa oposição clara aos poetas parnasianos.
Prefere o lirismo, isto é, expressão dos sentimentos do “eu-lírico” livres e espontânea como a dos bêbados e dos clows de Shakespeare.
 
Belém do Pará
 
O “eu-lírico” propõe-se a inventar uma canção como forma de consolo para suas saudades futuras, quando se ausentar da cidade.
No poema o “eu-lírico” refere-se ao porto, à paisagem, às ruas, ao idioma, às riquezas naturais e arquitetônicas, demonstrando sua admiração e afeto por Belém do Pará.

Evocação do Recife
 
Evocar significa chamar de algum lugar, fazer aparecer chamando de certo modo. O “eu-lírico” evoca no presente a Recife de sua infância, através das lembranças, das brincadeiras e canções infantis, dos hábitos de seu povo, de seus tipos humanos com suas falas, das suas ruas e rios.
Não há preocupação com rima ou métrica, apenas com a disposição gráfica dos versos e a expressão de um lirismo profundo, de modo a impregnar o presente de sua Recife tão inesquecível.
 
Mangue
 
Esse poema homenageia o Mangue, no Rio de Janeiro, descrevendo sua paisagem e seus tipos humanos, tal como em Evocação do Recife e Belém do Pará.
Diferencia-se dos demais na medida em que reproduz diálogos, grafando as palavras de acordo com a pronúncia popular e mesclando-se com os versos de maneira inesperada.
 
Poema tirado de uma notícia de jornal
 
João Gostoso, o personagem anônimo do barracão sem número, bebe,dança, canta e suicida-se na lagoa que embeleza a paisagem.
Para o autor, não são necessárias muitas palavras, metros ou rimas para compor uma tragédia; os fatos bastam por si só.
É um poema modernista em sua primeira fase: análise crítica da realidade brasileira expressa através de uma linguagem coloquial, sucinta, que restringe os fatos, como em uma notícia de jornal.
 
Profundamente
 
Neste poema, o “eu-lírico” relembra das festas juninas de sua infância, que lhe trazem lembranças alegres, mas que terminaram, pois o tempo passou e as pessoas queridas já se foram.
É importante salientar a preocupação do poeta na escolha da palavra “profundamente”, que valoriza o poema pela sua sonoridade no refrão, pois há repetição de sons nasais (assonância) e, sozinha, constitui-se numa redondilha.
 
Vou me embora pra Pasárgada
 
“eu-lírico” demonstra seu desejo de buscar um lugar imaginário e ideal para viver como forma de fuga do plano real, que só lhe causa tristeza, infelicidade e vontade de se matar.
Pasárgada é um lugar moderno (tem alcalóide, telefone e método seguro de anticoncepção), onde o absurdo não existe (“vem a ser contraparente/ Da nora que nunca tive”; mãe-d'água conta-lhe histórias) e a Rosa de sua infância está presente.
O poema é construído em redondilha maior, que, junto com a linguagem oral, dá ao texto o ritmo agradável das canções populares, intenção clara do autor; que não fere o Modernismo em virtude dessa intencionalidade.
 
O Último Poema
 
O último poema de Libertinagem expressa os desejos do “eu-lírico” para um último poema (função metalingüística). Ele deveria conter ternura, ardor, beleza e pureza simples, além da paixão dos suicidas que não explicam seus motivos.



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