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Porões de navios são uma ameaça ao equiíbrio da diversidade marinha
(Bia Barros)

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É o mar do descaso! com as novas descobertas de campos petrolíferos, o aumento da indústria de petróleo, o crescimento da frota de navios de cruzeiros, além dos enormes navios de pesca, tem aumentado visivelmente a poluição dos mares. São derrames de petróleo, resíduos dos motores, restos da lavagem dos tanques de navios e as descargas de água de lastro.
Tamanho é o problema dos derrames de água de lastro no mundo que uma agência da ONU - a Organização Marítima Internacional (IMO) - elaborou uma Convenção Internacional para o controle e gerenciamento de água de lastro e sedimentos de navios. Assim espera-se reduzir a introdução de quantidades de espécies exóticas através dessas águas, o que acaba gerando implicações econômicas e ambientais. Embora os navios sejam dos meios de transporte os que menos despejam CO2 na atmosfera, eles transportam de 7 a 10 mil espécies de seres marinhos diariamente pelo mundo.
Os navios são responsáveis por 80% das mercadorias transportadas atualmente. Com isso também são transportados de 3 a 5 bilhões de toneladas de água de lastro entre um porto e outro pelo planeta.
A água de lastro nada mais é que a água que é carregada dentro dos porões de navios. E ela é tão importante que sem ela o navio perderia seu equilíbrio e estabilidade, fatores essenciais para a eficiência e segurança das modernas operações de navegação. Só que com essa água há uma grande possibiidade de vir também mariscos, ovos, peixes, algas, bactérias, protozoários, além de larvas de espécies exóticas, que são incomuns em nossos ecossistemas. E como aqui não encontram seus predadores naturais, a confusão está instalada! É claro que muitas dessas espécies marinhas não sobrevivem às grandes jornadas dos navios, pois o ambiente ali é inóspito. Ainda assim as que sobrevivem podem sofrer predação ou até mesmo competição com as espécies nativas. Mas sempre há espécies que sobrevivem a tudo isso, e quando econtram um ambiente favorável ou similar a seu ambiente natural a proliferação é certa. No mundo todo há exemplos de contaminação por água de lastro. A universidade de Cornell (EUA),  em uma de suas pesquisas, concluiu que o comércio marítimo internacional causa  cerca de  US$ 4 bilhões de prejuízo por ano com o derrame das águas dos tanques de navio e seu impacto no meio ambiente e saúde pública. Só para citar alguns exemplos, uma espécie predadora de estrela-do-mar (Astercas amurensis), de origem chinesa, chegou a Nova Zelândia pela água de lastro e causou um enorme impacto nas populações nativas. Já na Austrália, um dinoflagelado tóxico (Gymnodinium catenatum), originário do Japão, causou um grande prejuízo na pesca e aquicultura industrial. Temos aqui também um exemplo. A bactéria Vibrio cholerae, causadora da cólera, provavemente chegou à América Latina por vota de 1894 através das águas derramadas de porões de navios. Há também um molusco bivalve asiático (Limnoperna fortunei) que obstrui as tubulações das companhias de abastecimento de água e entope turbinas de hidrelétricas. São prejuízos sem fim e que exigem constantes manutenções a custos elevados.
A IMO - agência das Nações Unidas - sugere a adoção de um sistema de avaliação de risco. Assim, para os navios considerados de 'alto risco' seriam apicada medidas mais rigorosas. Já para o restante dos navios seria adotado um sistema uniforme. Mas para que isso funcione é preciso ter informações precisas e de boa qualidade. E essas informações vêm das pesquisas. O principal estudo sobre água de lastro feito no Brasil vem do porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro. Coordenados pela IMO, os pesquisadores fazem uma comparação com as águas do entorno de portos ao redor do mundo, indicando quais as chances de ocorrer uma invasão biológica em águas brasileiras. Prevenir ainda é o melhor remédio. A IMO - Organização Marítima Internacional - incentiva seus estados membros (dentre eles o Brasil) a investir em pesquisas e a divulgar seus resultados mundiamente. Em dezembro de 2008 a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do parlamento brasileiro aprovou uma proposta que define critérios e obriga navios que utilizam instalações portuárias no Brasil a inspecionar a água de lastro de seus tanques. Desta forma as embarcações que não obedecerem ficam sujeitas a multas e sanções administrativas e penais, principalmente nos casos de prejuízo a saúde pública.
Com o crescente aumento de novas tecnologias, é possível que um futuro próximo ocorram mudanças significativas nos projetos de navios e tanques de lastro, afim de solucinar essas questões.
O fato é que enquanto as embarcações, as próprias indústrias e as populações costeiras fizerem dos oceanos uma grande liexeira, as pesquisas de pouco adiantam. Para as Nações Unidas e os órgãos ambientais esta situação já chegou no limite!



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