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Fernando Pessoa: e-book
Fernando Pessoa constitui-se em um marco na lírica em português. Genial, inusitado, delicado, múltiplo. Esses e muitos outros adjetivos aplicariam-se bem a Pessoa, que é conhecido em especial pelos diversos heterônimos que criou. Este e-book, no entanto, recolhe a poesia de Fernando Pessoa só, como ele mesmo se referiu as poesias que assinava com seu nome.
Os elementos essências da poesia de Pessoa, na minha opinião, caracteriza-se pela reflexão sobre o sentimento. Por vezes o simples estar no mundo. Diria que Pessoa expressou de maneira impar o paradoxo dos sentimentos, algo consciente e inconsciente, ao mesmo tempo. Complexo, mesmo na simplicidade de se estar feliz com um toque de mão amiga no ombro. Triste, melancólico em saber-se profundamente separado dos outros pela indevassabilidade do pensamento mais intimo que portamos, e que, no entanto, embora seja o mais caro em nós nunca podemos transmiti-lo ao outro.
Essa consciência infeliz, para o que muito se discutiu em motivos biográficos – como seu caso que termina em insucesso com Ophélia, ou uma possível homossexualidade não assumida. De minha parte creio que esse tipo de “explicação” soa ridículo e reduz o componente essência da literatura, o fato de que, lendo Fernando Pessoa, nos irmanamos com seus sentimentos, de que sua poesia nos diz algo simples e preciosos.
Essa melancolia de estar só –sentimentalmente – no mundo, que perpassa quase todas as poesias e parecesse irredutível parece dobrar-se em si mesma e dar uma volta sobre seu próprio paradoxo quando lendo-o sentimos como se sentíssemos o próprio Pessoa. Talvez, sentindo não aquelas dores que ele teve, mas somente a que nós não temos... Ou como Pessoa disse, em seu mais célebre poema:
Autopsicografia
“O Poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
não as duas que ele teve,
mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama coração.”
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