Fábulas - A ÁGUIA, A RAPOSA E A PROVIDÊNCIA DIVINA
(ESOPO)
Explicações de que o mal é sempre punido parece ser a grande força que Esopo imprime a suas fábulas. Nesta, repetida de muitos modos em Fedro e em La Fontaine, uma águia e uma raposa tornam-se vizinhas. O ninho da raposa está na raiz de uma grande árvore à qual se anexa ao alto o ninho da águia. Alguns narradores fazem as duas serem comadres e contam que trocam promessas de não devorar os filhotes uma da outra. Entretanto, um dia de falta de caça e distração da raposa buscando comida, a águia desce e rapta os filhotes da raposa abandonados sem vigilância, servindo aos seus como almoço. De algum modo a raposa se conformou por não saber subir em árvores e nem fez alarido. A fome apertou de novo nos dias seguintes e a águia sem comida enxerga o acampamento dos homens assando seus churrascos a pouca distância. Em voo rasante rouba um belo pedaço já meio passado e volta rápida ao alto da árvore dividindo a pilhagem com os seus pirralhos. Nem percebe que uma brasa da churrasqueira foi junta e só muito tarde vê o incêndio de seu ninho. Teve que sair voando! E os pedaços do ninho com os implumes assados desceram quase diretamente à boca da raposa! Ela iria recusar? Não enfatiza o fabulista nenhuma idéia de ser vingada pela perda dos seus filhotes. A conclusão de todos os repetidores da fábula é praticamente a mesma - A providência divina está atenta às transgressões e pune sempre. Tudo indica que o amo de Esopo queria sempre ouvir estórias de fundo moral. Poucas vezes acusa Esopo um reino do mal como se acusa no livro de Jó. E os atuais nazi-bolchevistas parecem ter tanta proteção de seus inspiradores que não acreditam haver divina providência.
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