Transtorno BIPOLAR, as duas faces do humor
(Tito Montenegro)
O transtorno afetivo bipolar era chamado de PMD ou psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado porque o indivíduo sentia-se ainda mais estigmatizado pelo termo psicose.
Hoje, ele é classificado dentro dos Transtornos Afetivos. A doença se manifesta em fases, com alternâncias de estados de humor depressivos e maníacos. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor. O início geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, podendo começar pela fase depressiva ou pela maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas ou abruptamente em poucos dias, e às vezes já com sintomas psicóticos, o que muitas vezes pode confundir o especialista na hora do diagnóstico. Ainda temos os chamados quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos), que também podem contribuir para atrasar o entendimento do processo patogênico. Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. Existem autores que chegam até o tipo VIII. O tipo I é a forma clássica, onde o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro. Há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimido que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. Já o tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas sim de hipomania alternada com depressão. Quando o estado de humor está elevado podemos ter uma alegria contagiante e jocosa ou uma irritação agressiva e hostil. Com a elevação do humor, vemos alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade e arrogância, podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora está presente, com grande vigor físico, logorréia e falta total de sono e de apetite. São estados contraditórios que deixam médicos e pacientes, como diz um paciente, “entre a cruz e a caldeirinha”. Infelizmente, ainda nos dias de hoje, médicos e portadores convivem nesse sobe e desce de emoções, à espera de fármacos mais eficazes para o tratamento da dessa doença tão séria. Abril de 2006.
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