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1984
(George Orwell)

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1984 tornou-se um clássico por muitos motivos. Além da qualidade do livro como romance, ele apresenta conteúdos filosóficos de um modo prático. Como todo clássico que se presa, ele transcende o local e o imediato para se projetar como uma grande obra universal, revelando o totalitarismo em toda a sua crueza e em qualquer época. O livro tem uma conotação profética, como que querendo antecipar uma situação futura, uma espécie de distopia ao lado de outras tantas.
Não é difícil identificar a figura do Grande irmão com o anticristo da Bíblia. Ele é adorado, sua imagem está em todos os lugares, ele tem domínio sobre todos, ele mata todos os que se opõe a ele. Ele é absoluto sobre todas as situações. Embora George Orwell tivesse em mente os totalitarismos de sua época, a situação parece realmente futura.
A teletela antecipa o papel da televisão e da internet do mundo moderno. E de certo modo também nos faz lembrar a imagem que tem espírito e fala que foi descrita no livro do Apocalipse. Sem dúvida alguma uma obra visionária neste aspecto.
O livro está repleto de reflexões também na área da verdade e da comunicação. A manipulação das informações da mídia recria constantemente a realidade. As verdades perdem toda a sua natureza objetiva e absoluta para se tornar produto da imprensa e dos serviços de informação em geral.  Embora o alvo inicial fosse mostrar a manipulação da imprensa por parte de governos nazista e russo, a forma como isto é colocado no livro termina por apresentar aspectos filosóficos e práticos de ações como esta.
A frase “quem controla o presente controla o passado e quem controla o passado, controla o futuro” sintetiza inúmeras idéias dentro da abordagem filosófica da história e também da política. Isso foi e é feito continuamente não apenas por governos totalitários como também por democráticos.
A mensagem do livro parece ser uma análise e ao mesmo tempo um alerta sobre um possível mundo totalitário, onde o controle total é exercido por um grupo que entendeu as leis de controle. Ao invés da arte pela arte, aqui temos o poder pelo poder. Não existem ideologias utópicas ou esperanças milenaristas. Somente existe o desejo de se manter no poder e tudo  o que é feito é feito com a intenção de manter tal poder. Sua instituição é feita de tal forma que não existe escape para fora do sistema criado. Não há outra possibilidade senão se sujeitar à lógica do sistema opressivo como única opção.
Além da manipulação das informações demonstradas na história, existe a manipulação das próprias palavras. Ao invés das palavras serem uma forma de expressar a realidade, elas se tornam uma forma de esconder a realidade. A limitação do vocabulário é propositalmente feita na intenção de limitar o pensamento. Se não há como expressar, não há como pensar. Para se ter uma idéia da validade dessa prática, basta lembrar que no período nazismo não se falava em morte de judeus, ou genocídio, ou extermínio. Era apenas limpeza étnica. O termo queria atenuar a idéia. O livro do Orwell conseguiu captar esse procedimento de modo genial.
Até mesmo a criação de um inimigo fictício e toda uma organização por trás dele tinha por intenção preencher uma necessidade psicológica por oposição. A mente humana reage muito melhor quando tem que agir contra alguma situação do que por mera concordância.
Por tudo isso 1984 permanece um clássico que precisa ser lido por pessoas de várias áreas do conhecimento humano. Entender os mecanismos do pensamento e dos métodos totalitários é uma forma de proteger nosso futuro.  
 



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