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Porque os homens é que precisam abordar as mulheres
(Richard Dawnkins; Outros)

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Quando falamos de busca por parceiros, o esforço e a iniciativa quase sempre vêm do macho. Na vida selvagem, os exemplos são infinitos: O pavão carrega uma enorme e incômoda cauda que dificulta sua locomoção e o denuncia para seus predadores, que parece ter a única função de atrair as fêmeas. O mesmo acontece entre os Bettas, famoso peixe de briga. Os machos de algumas espécies de aves fazem complicadas danças, demonstrações de canto e constroem sozinhos ninhos elaborados, somente para atrair as fêmeas. Leões, Rinocerontes, Veados, Gorilas, Leões Marinhos, todos travam batalhas violentas pelas fêmeas. Provavelmente você já sabia destes fatos e está se perguntando: e eu com isso? Bem, nós também nos encaixamos neste comportamento mais ou menos universal de luta e cortejo de machos em relação às fêmeas. Os primeiros homens lutavam pelas primeiras mulheres exatamente como os animais selvagens fazem hoje. Atualmente, pelo menos nas condições normais e na maioria das culturas, nós homens temos que esquecer a timidez e abordar as mulheres, divertí-las, tratá-las da melhor forma possível, pagar jantares, enviar flores, presentes, etc (não que isto seja uma obrigação chata e dispendiosa, muito pelo contrário).
Mas por que tudo isso? Por que os machos sempre têm que tomar a iniciativa e gastar recursos e energia para conquistar as fêmeas? Bem, a resposta é muito simples: Porque elas valem a pena. Inclusive biologicamente falando. A explicação vem da evolução, novamente.
Em algum momento durante o desenvolvimento da vida, os organismos que foram nossos ancestrais davam origem a um novo organismo através da união de dois gametas do mesmo tipo, sem diferenciação entre os produzidos por indivíduos de sexos diferentes como existe hoje. Não havia machos ou fêmeas, os gametas eram todos iguais.
Pois bem, a dúvida que surge aqui é: Quem foi o gênio que criou gametas diferentes pros homens e pras mulheres e inventou o tão bem-vindo sexo pra misturar os dois? Essa resposta é complicada, vamos por partes.
Existe um conceito sensacional chamado de EEE – Estratégia Evolutivamente Estável – que consegue explicar como comportamentos diferentes se estabilizam dentro de uma mesma população e ambiente. Consegue também prever quais serão os comportamentos ou estratégias que vão se sair melhor comparadas às demais estratégias com as quais convivem. Resumindo, se eu colocar vários robozinhos com a capacidade de se reproduzir, com diversos comportamentos diferentes dentro de um saco, a análise baseada nas EEE´s consegue me dizer quais robozinhos terão mais filhos depois de um tempo, ou mesmo se todos eles se degladiarão até a morte.
No cenário dos nossos antepassados, aquele em que todos produziam gametas iguais, qualquer alteração neste comportamento, - ou nesta forma de produzir gametas - poderia gerar um desequilíbrio na geração de novos indivíduos. Aqui cabe lembrar que o comportamento não é algo deliberado. Ninguém altera a forma de produzir gametas porque quer, o que acontece é uma mutação, um erro de cópia durante a criação de um novo individuo que faz com que ele tenha alguma diferença, alguma característica que seus pais não possuíam (aliás, é esta a essência da evolução). Neste caso, a diferença estava no tamanho do gameta que este indivíduo mutado gerava. Além de carregar uma parte do DNA necessário para formar um novo indivíduo, um gameta também fornece alimento, e gametas maiores significam mais energia para o pimpolho que está para nascer. Ou seja, ele nasce maior e com mais chances de sobreviver e se reproduzir do que os demais. Nesta situação, qualquer gameta “normal” que se unisse com um gameta maior, levaria vantagem, pois teria um filho com mais chances de sobreviver em relação aos filhos gerados pela união de dois gametas “normais”.
Este é o celeiro perfeito para as “estratégias” de produção de gametas que deu origem à divisão entre os sexos. Neste cenário, a melhor “escolha” - ou a melhor estratégia – para os gametas normais é unir-se com os gametas maiores. Isso significa que aqueles que pudessem reconhecê-los e tivessem maior mobilidade para ir atrás deles levariam vantagem. Quaisquer mutações em direção a estas características tenderiam a ser beneficiadas pela seleção natural. Do outro lado, os gametas maiores passariam a ser procurados pelos menores, ou seja, eles poderiam ficar paradões e concentrar todos seus esforços em fornecer cada vez mais energia para seus futuros rebentos, tornando-se cada vez mais atraentes para o outro lado. Assim surgiram dois gametas especialistas: um se locomover com velocidade procurando o seu par, deixando de lado o fornecimento de energia depois da fecundação e muito pequeno, e outro que é justamente o contrário, grande fornecedor de alimento depois da fecundação, imóvel e de grande porte. Reconhece algum deles?
Pode parecer estranho, mas é desta forma que a evolução moldou nosso comportamento em geral. Os machos produzem espermatozóides em escala industrial, rápidos, baratos e pequenos. As fêmeas produzem poucos óvulos, imóveis, caros e grandes. Desta forma, a ordem natural das coisas diz que o primeiro tem que procurar o segundo. Para os machos, vale a pena a luta e o esforço pelas valiosas fêmeas. Vale também estender a procura ao maior universo possível, já que o custo dos seus espermatozóides é barato e foi justamente para isso que foram feitos: correr atrás dos óvulos. Para o segundo, o mais sensato a fazer é se resguardar, escolhendo bem o espermatozóide barato que terá o privilégio de desfrutar dos benefícios fornecidos pelo seu valioso óvulo.



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