Toureiro Valente
(Benjamin Bernal)
O medo é o instrumento para triunfar, mas também para ir em direção à destruição.
Este drama é escrito em homenagem ao toureiro iniciante Valente Arellano, cujo nome serve ao aficionado para gritar e propagar, Valente, Valente, aqueles que não o conhecer se confundem e gritam: “valiente, valiente”. Dando lugar ao legendário grito do passo doble: torero, valiente!
Dois amigos impulsionam este jovem provinciano, um par de ciganos. Ela sabe que vai triunfar e ganhar muito dinheiro, por isso paga por seus trajes de luzes e lhe ajuda pagando por suas viagens, no final e no fim ela sabe que seus dias de glória permitirão que ele lhe pague por isto e muito mais.
O toureiro sabe que as mulheres se aproximam dele, pois está acostumado ao traje de luzes, pois é um imã que atrai as damas, o touro e a morte.
Ele percebe que a esposa do cigano tem ciúmes por causa do número de admiradoras que o atendem e tratam de seduzir.
O cigano está muito contente de ser seu moço de espadas, porque as mulheres que Valente não quer ficam para ele.
O matador triunfa onde quer que seja. Só que ele sabe que chegou ao extremo do mecânico, já não há arte, senão a tarefa fácil que arranca o aplauso.
Para ganhar dinheiro fácil, começa a correr sem pensar na qualidade, no fim manda centenas de truques para receber aplausos, ser querido e receber convites para as melhores mesas e camas.
O cigano sabe que isto é um mal caminho, mas seu amo e senhor não o escuta. A cigana sabe que o fim está próximo e o protege com todo tipo de encantamento. Se há algum estimulante em suas bebidas ou se ela gosta de estar cercada demais pelos homens, é porque no fim e no final, os presentes mais caros a ela fluem como rios; ninguém sabe o que passa na alma, começa a parecer possuído por um novo Deus: o ego que morde o próprio rabo e se vomita quando acorda é que foi o verdadeiro toureiro valente.
A morte o alcança um dia, talvez estava farto de arriscar pouco e se engana em
escolher o boi para iluminar sua ferocidade. Morre e a cigana chora, agora que está esperando um filho.
O cigano decide ir embora dalí, vai buscar fortuna como matador, no fim e no final, de tanto acompanhar Valente vai aprender rápido a arte de se enfrentar á elite. E prefere não pensar; agora há a dor em seu coração, luto na arena que canta baixo seus solos ao realizar algum lance.
E se vai.
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