O Futuro Da Humanidade
(Augusto Cury)
O que chamamos de Psiquiatria atualmente?
Seria uma ciência que trata psicoses doentias de doentes psicossomáticos?
Ou seria uma forma, injusta, de separar "normais" de "anormais", construindo muros preconceituosos tão espessos quanto à escuridão que envolve os segredos de nossa existência?
Seria a psiquiatria, uma forma de ajudar pacientes carentes a retornar aos seus mundos, ou seria mais uma forma de influenciar o mundo de pacientes necessitados?
Hoje, ser "louco" é normal, e não há nada mais normal, do que ser "louco".
A maioria dos psiquiatras atualmente utilizam drogas que, ao invés de auxiliar os pacientes a se libertarem de seus mundos paranóicos, os induzem a uma paranóia constante, que os tornam incapazes de retornar ao mundo rotineiro.
Podemos entorpecer idéias ou ideais, com as drogas criadas pela ciência.
Mas nunca teremos o poder, de entorpecer a razão, e a reação, das maravilhas da mente humana, não importa quantas ou quais drogas utilizemos.
O que separa nossa realidade do surreal?
Eu não ousaria responder essa pergunta.
Alguns, diriam que nossa realidade é ilusória.
Outros, afirmariam, que nossas ilusões são realistas.
Em quem acreditar?
Em ambos, ou em nenhum.
Não podemos nos privar do senso lógico que envolve nossa alma psíquica.
Mas quem estipulou esse senso?
Posso ser um esquizofrênico, um depressivo, ou até um compulsivo, que tenta caminhar onde placas me mandam parar.
Posso ser um retardado, não mental, mas socialmente, quando escondo minhas idéias, e camuflo meus anseios, por medo da reação de pessoas que eu nem conheço.
Medo, de parecer insensato, ante um mundo que desconhece os limites da sensatez.
Aliás, o que seria sensato?
Construíram nossa sensatez.
Construíram nossa razão.
E eu não fui empreiteiro nessa obra.
Contentei-me, durante longo tempo, em fazer parte de uma imensa platéia, sendo mais um espectador inexpressivo e manipulável.
Agora basta.
Gostaria de saber quem sou
Quem serei.
Donde vim.
Não sei nada sobre mim mesmo.
Minha história, está quase chegando ao fim, e desconheço o inicio dela.
E por que?
As barreiras que me cercaram, foram construídas por mim, ou pelas impressões e pressões que as ações alheias interpelaram em minha vivência?
Não sei dizer.
E os psiquiatras, será que são médicos que buscam a cura alheia, ou são seres alheios, que buscam a própria cura?
Existe, alguém mais louco, do que o que se acha capaz de saciar a vontade incontida e necessária, de ser louco ante as dificuldades normais?
Existe, alguém mais tolo, do que os que se acham no direito de se dizerem sábios, quando desconhecem o limite de sua própria inteligência?
Sou conscientemente louco.
E isso me é o bastante.
Sou ignorantemente inteligente, por conhecer as barreiras que minha falta de sabedoria impõe ao meu senso critico.
Já disseram, que a sabedoria humana, se mede não pelo que sabem, e sim, pelo quanto sabem que não sabem.
Eu sei que sei pouco.
Serei, assim, sábio, ou mais um ignorante passivo e consciente?
Não sei.
Como já disse, sei pouco.
E você, nobre Doutor, que diz ser capaz de invadir a mente humana, com remédios alucinógenos, que dão a ilusória impressão de realidade ao mundo surreal dos pacientes realistas, poderá adentrar em minha mente, para me fazer mudar de tese?
Se puder, então, direi que você não pode ser mais ninguém, senão o Criador de tudo o que conheço.
Deus?
Seria esse o nome?
Não sei dizer.
Mas tente, invadir mentes, com gestos afáveis, inspirando confiança aos que lhe procuram, e fazendo do mundo real, uma ilusão um pouco melhor.
Tente, ao menos tente.
Depois, pode me procurar.
E me responda, sinceramente, a seguinte pergunta:
-Você, agora, sabe o quanto sabe?
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