Cartas Esquecidas
(José William da Silva)
PARA OS NAMORADOS -
O amor tem sido o tormento dos homens e o martirio das mulheres, D~este tormento e dêste martirio é que se tece fios e de prata a gloria da vida.
Niguem houve no un do, palahço de picadeiro ou monge do deserto, que não se visse, um dia, enredado na trama celeste e infernal do amor.
O amor é a respiração da humanidade, a lei suprema que rege a gravitação universal dos corações na terra, como essa outras que regem no espaço, a gravitação das estrelas.
O amor é ultima explicação de todo os mistérios humanos, retine e ecoa no riso de quem se alegra
e geme ou sussurra na voz angustiada de quem sofre. Ele é a luz dos olhos formosos das mulheres, a cor dos lábios fortes dos homens, a sedução irresistivél dos colos femininos, a dominadora energia das espáduas lar dos atletas.
Brilha no ouro claros dos cabelos louros para tentação dos morenos e forma de fundo negro das cabeças de azeviche para endoidecer as mulheres de pele diáfana e macia. Oculta-se, como um perfume, que depois se vai desprendendo, aos pucos, na palma pequenina de uma mulher, encerrada na conha forte e quente de uma destra masculina.
Flui, à semelhança de um sôpro imponderavel, dos gestos elegantes e orgulosos com que as moças se miram nos espelhos ou prendem, sob o chapeu, a mecha irrequieta do cabelo sempre a escapar. Sentem-no as mulheres na maneira larga e despreocupada com que os homens acendem ou jogam fora o cigarro já fumado, no braço viril de quem ama, na vós imperativa dos que nasceram para amndar, no exterior rude e vincado que denuncia a alma forte e destemida.
Entrevemo-lo nas menores coisas de que se entrama a existência deliciosamente fútil dos que se querem bem; aquela malva murcha e muda que nos veio dentro da carta...Não tinha uma única palavra escrita, nem sequer uma inicial...E quanta coisa adorável não disse! Qunata palavra boa, oculta em suas nervuras e, sobretudo, quanta esperança no verde da sua fôlha! Aquela rosada pétala de flor deixada, por esquecimento proposital, no livro, que nos amndou, no romance lido em dois dias, na ânsia de novas emoções... Pétala rosada de flôr, como te pareces com o rosto amado de quem aqui te deixou! Reproduzes, na tua delicadeza; a meiguice colorida e quente dêsse rosto... Quero, chegar-te a mim; sinto o calor do rosto dela! sinto pulsas do seu sangue em ti! Tens a mesma maciez de penugem que convida a adormecer, a sonhar, permite-me que te beije?
Que significam essas páginas do romance, assinaladas com o dobrar das pontas, no alto? Quantas revelações n este gesto feminino! Tudo o que nos queria dizer e não disse, aí esta, numa única palavra, num nome apenas. Quem nos dá essa força desvendadora de misterios? O amor.
O amor circula em nossa veias,lateja-nos no fronte, pulsa-nos dentro do ser e traduz, nas côres da epiderme, as impressões do coração em luta. Vive no reflexo do sol, quando estamos contentes, na voz dos passaros, quando não nos contemos de alegria, no brilhar festivo dos inos em manhã dominical,
no esplendor da luz nos meio-dias tropicais.
Vive na pálpebra que se abaixa de tímidez, no primeiro encontro, no tremor frio das mãos que se apertam pela primeira vez, na perturbação da voz de quem se vai estrear na vida, ao dizer alto o que baixinho o coração tinha dito em tanta ocasiões de sinceridade - Eu te amo.
O amor! A proteção de Deus nas criaturas para que a feiúra da terra tenha os encatos do Céu!
Resumos Relacionados
- O Meu Aniversario
- O Amor é Brega?
- Vida
- Um Comentário Para O Dia Das Mulheres!
- Sinestesia Metafórica Paradoxal
|
|