Sputnik, meu amor
(Haruki Murakami)
Um jovem professor primário (K) apaixona-se por Sumire, ainda mais jovem pretendente a ser escritora e a quem K, o narrador desta envolvente obra, serve de mentor e encorajador. O amor não é retribuído pois Sumire encontra a sua sexualidade ao apaixonar-se por outra mulher bastante mais velha, empresária, com um casamento desprovido de sexo, que lhe ensina a ter gosto pelo luxo e pela música clássica, mas não lhe retribui o desejo por não se identificar com a homosexualidade.
As revelações acabam por se concentrar numa longa e deversificada viagem que as duas encetam na Grécia, onde Sumire desaparece misteriosamente, tal como Sputnik, satélite fabricado pelos russos que significa "companheiro de viagem", desapareceu no espaço com o primeiro ser vivo a bordo, uma cadela chamada Laica.
Murakami inscreve este romance no Japão, mas não evita os traços da sua ocidentalização, aliás sinais da globalização inevitável que o Mundo abraça. Toda a sua escrita reflete clareza e este romance incide sobre a solidão que trespassa os seres humanos nas suas relações sem eco.
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