Desafios da Petroquímica Brasileira no Cenário Mundial
(Viviane Mottin)
O ensaio da jornalista Viviane Mottin, especialista na área química e em economia, foi produzido como trabalho de conclusão do curso MBE Petrobras/Facamp (2006/2007), e aborda os acontecimentos mais recentes no cenário local petroquímico, como a aquisição de ativos da Ipiranga Petroquímcia (IPQ) e da Suzano Petroquímica, pela Petrobras, ora em parceria com o Grupo Odebrecht, representado pela Braskem.
O livro mostra que a Petrobras desembolsou valores com ágio, em 2007, pelos mesmos ativos que no início da década de 1990 foram privatizados pela própria estatal e pagos com moedas podres pela inciaitiva privada. IPQ e Suzano, que nunca haviam colaborado com campanhas do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (governo que ora controla a companhia aberta de capital misto Petrobras), abriram seus cofres em 2006. O ano era de eleições presidenciais e véspera de 2007, quando a Petrobras voltou como compradora no segmento petroquímico.
Por meio de tais aquisições, a Petrobras financiou empresas de capital intensivo cujas fusões provocram extinção massiva de postos de trabalho, política contrária às promessas de campanha de Lula, focadas na geração de emprego e renda. Ao mesmo tempo, o último elo da cadeia petroquímica, o dos transformadores de resinas em produtos intermediários ou acabados (terceira geração), que mais gera emprego e distribuição de renda, foi esquecido.
Sem política industrial que proporcione matérias-primas a custos compatíveis com o de grandes competidores internacionais (Oriente Médio e Norte da África), tributos e taxas que oneram a produção e o emprego de mão-de-obra, os transformadores brasileiros ficam à mercê da indústria petroquímica (de resinas termoplásticas) local, que pratica os preços mais elevados do mundo. Desta forma, a indústria de manufaturados plásticos perde competitividade para exportar e fica refém da oscilação do dólar, que baliza a invasão dos importados.
Os reflexos da falta de uma política industrial para este segmento econômico do setor químico serve como paradigma a outras áreas industriais que, em momentos como este, de crise internacional, sofrem ainda mais por não estarem preparados internamente para o enfrentamento. A autora não inseriu as novas descobertas de petróleo, como a que está sob a camada de sal, como possível fonte de matérias-primas à indústria petroquímica.
À época do fechamento da edição deste livro, não havia dados suficientes sobre a reserva sob o pré-sal. E, neste momento, não se sabe da viabilidade econômica de tal exploração (cara e de dificil acesso) ante a queda da cotação do barril de petróleo, em torno de US$ 140, quando do anúncio da Petrobras, para cerca US$ 50, em abril de 2009.
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