As Obsessões de Machado de Assis
(Ariel Kostman)
Machado se tornou conhecido pelo hábito de dialogar com o leitor e a zombaria da fala empolada, em nome de um estilo mais direto — a linguagem que, mais tarde, se tornaria típica do realismo. Esses temas seriam suas "obsessões". Além do diálogo com o leitor e da sátira ao pedantismo, o ciúme, o dinheiro e o parasitismo da elite estariam entre elas.
A postura didática e pedagógica do início é substituída por uma atitude mais provocativa, tentando causar desconforto e exigindo do leitor um esforço maior.
Machado teria concluído que o processo social brasileiro não transformaria escravos em cidadãos.
Os romances de Machado não contam histórias. São, sobretudo, reflexões sobre o modo como as pessoas tomam suas decisões e sobre como, com freqüência, agem no sentido de camuflar aquilo que as motiva.
A história de Bento Santiago e Capitu não é sobre o adultério, é sobre o ciúme. Não se sabe se o adultério ocorre de fato ou não. E a única verdade a ser buscada é a de Dom Casmurro.
Um homem é a soma de suas obsessões, disse o dramaturgo Nelson Rodrigues. Quando, além disso, ele tem o talento artístico de um Machado de Assis, o resultado é uma soma elevadíssima de obras-primas.
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